Ao comentar nesta quarta-feira, dia 28, a morte do desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor Millôr Fernandes, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, ressaltou que Millôr era dono de um texto ácido e inteligente. "Ninguém, sobretudo os poderosos, escapava à sua verve implacável e demolidora", afirmou. Ele lamentou a morte de três artistas nesta semana. Além de Millôr, o país perdeu o humorista Chico Anysio e a cantora Adelmide Fonseca, conhecida por ter sido pioneira na interpretação de choros. Millôr faleceu na noite desta terça-feira, dia 27, aos 88 anos, em sua casa no Rio de Janeiro por falência múltipla dos órgãos. O velório será nesta quinta-feira, dia 29, às 10h no memorial do Carmo. Aos dez anos de idade ele vendeu o primeiro desenho para a publicação O Jornal do Rio de Janeiro. No mesmo ano ganhou um concurso de contos na revista A Cigarra (sob o pseudônimo de "Notlim"). Assumiu a direção da publicação algum tempo depois, onde também publicou a seção Poste Escrito, agora assinada por "Vão Gogo". Já em 1956 dividiu a primeira colocação na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhista norte-americano Saul Steinberg. Dispensou o pseudônimo "Vão Gogo" em 1962, passando a assinar "Millôr" em seus textos em O Cruzeiro. Em 1964 passou a colaborar com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo prêmio do Salão Canadense de Humor. Em 1968 começou a trabalhar na revista Veja, e em 1969 tornou-se um dos fundadores do jornal O Pasquim. Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de voltar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio.