06/06/2013 - 13:08 | última atualização em 06/06/2013 - 13:36

COMPARTILHE

Wadih e Felipe comemoram criação da Comissão da Verdade em Niterói

assessoria de imprensa da Comissão da Verdade do Rio

O ex-presidente da OAB/RJ e atual presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, comemorou a nomeação nesta terça-feira do advogado trabalhista Fernando Dias, em ato do prefeito Rodrigo Neves, para presidente da Comissão Municipal da Verdade de Niterói. Fernando foi militante nos movimentos estudantis antes da eclosão do golpe militar de 31 de março de 1964. Após o golpe, Fernando ficou preso no Estádio Caio Martins. 
 
Segundo Wadih, a escolha de Fernando  "é um momento histórico e inédito, que institucionaliza e consolida o processo democrático em Niterói, no estado do Rio e no Brasil". O presidente Felipe Santa Cruz também enalteceu a nomeação: "a indicação do Fernando mostra o papel importante da OAB na criação das diversas comissões da verdade, inclusive a nacional. Estamos, além de Niterói, colaborando firmemente na criação de comissões em Volta Redonda, Macaé e São Gonçalo", sem esquecer que o ex-presidente Wadih coordena a comissão estadual".
 
"O estádio Caio Martins funcionou como 'campo de concentração' de presos políticos em Niterói durante a ditadura militar. A Comissão Municipal da Verdade investigará as atrocidades cometidas contra os direitos humanos nesta importante cidade", garantiu Wadih.
 
Atual secretário-geral da OAB/Niterói, Fernando é um advogado respeitado na categoria, além de ser conhecido por ser um conciliador nato. Anteriormente, ocupou cargos na Associação Fluminense de Advogados Trabalhistas e na OAB de Niterói . Já foi também diretor-tesoureiro e diretor-geral da Escola SUperior da Advocacia (ESA), de Niterói.
 
Wadih lembra que, além do secretário-geral da subseção, outro advogado de Niterói, Manoel Martins, atualmente com 89 anos, sentiu na pele a repressão do regime militar em solo niteroiense. Ele foi um dos últimos presos a deixar o Caio Martins, em julho de 1964. De acordo com seus relatos, no começo da prisão - em abril daquele ano - houve um pico de mais de 600 prisões e, ao longo de seus três meses de cárcere, cerca de 1.200 pessoas passaram por lá. 
 
De acordo com Manoel Martins, ele foi preso no dia 9 abril de 1964, após seu escritório, na Avenida Amaral Peixoto, ter sido devassado, assim como muitos lares em Niterói. Na época, ele era militante comunista e advogado dos principais sindicatos do estado. Depois de passar pelo reduto de repressão da Marinha, na Ponta d’ Areia, e pelo Departamento de Ordem Política e Social, o Dops, foi levado junto com seus companheiros, no dia 20, para o Caio Martins, que estava abarrotado de gente. 
 
"Todos os dias chegavam caminhões lotados de presos. As condições eram desumanas. Fomos submetidos a todo tipo de humilhação", concluiu Manoel Martins.
Abrir WhatsApp