16/05/2012 - 11:37

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Wadih: Fatos obscuros da ditadura virão à tona

redação da Tribuna do Advogado

O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, afirmou nesta quarta-feira, dia 16, durante entrevista aos jornalistas presentes no Palácio do Planalto, que a Comissão da Verdade será "um capítulo promissor na História do Brasil", além de permitir que fatos obscuros ocorridos durante a ditadura militar possam finalmente ser esclarecidos e conhecidos pelos cidadãos brasileiros.
 
"As antigas feridas não estão cicatrizadas. Elas continuam abertas e latejantes. Só cicatrizarão quando a verdade for revelada", afirmou o presidente da Seccional, que, a convite da presidenta Dilma Rousseff, participou da cerimônia de posse dos membros da Comissão da Verdade. (Veja notícia sobre a cerimônia e assista ao discurso da presidente)
Para Wadih, a Comissão da Verdade precisa descobrir ao longo dos próximos dois anos o paradeiro de cidadãos desparecidos durante o regime militar e, posteriormente, dizer ao povo brasileiro quem são os autores das mortes, desaparecimentos e torturas de que foram vítimas os opositores do regime. "Todos nós esperamos que a verdade seja revelada e os nomes dos agentes estatais – civis e militares – que praticaram barbaridades contra os direitos humanos sejam conhecidos", afirmou.
Wadih Damous, Margarida Pressburger e Cláudio Pereira representam OAB/RJ no evento          Foto: Eugênio Novaes
Indagado sobre quem teria medo da verdade, Wadih afirmou que são todos aqueles que "mataram, torturaram e fizeram desaparecer pessoas que se opunham à ditadura. Os que têm medo de verem os muros de suas casas pichados com os dizeres: aqui mora um torturador".
 
Para o presidente da OAB/RJ, os trabalhos da Comissão não vão terminar em pizza: "Os membros da comissão têm uma missão cívica e que está descrita na lei de sua criação. O que a sociedade deles espera é que cumpram com a sua missão com serenidade, mas sem medo de quem ou do que quer que seja".

Sobre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da Lei de Anistia o Wadih respondeu: "O STF declarou anistiados os torturadores ao interpretar a Lei de Anistia, entendimento com o qual não concordo. Aliás, nessa ADPF proposta pela OAB, o STF entendeu que a entidade pretendia, na verdade, uma revisão da lei de anistia, o que só poderia ser feito pelo Congresso Nacional. Como não há outra alternativa jurídica e é inaceitável que torturadores e assassinos permaneçam impunes, apoiamos o projeto de lei da deputada Luiza Erundina".
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