18/10/2013 - 10:04 | última atualização em 21/10/2013 - 15:01

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Wadih critica arbitrariedades da Polícia e desrespeito a prerrogativas

redação da Tribuna do Advogado

Em nota desta quinta-feira, dia 17, o presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, criticou duramente as prisões arbitrárias feita pela Polícia, a nova Lei de Organizações Criminosas e a hostilidade com que advogados são tratados por agentes públicos. "A observância dos direitos constitucionais não deve estar sujeita aos humores da autoridade policial", afirma.
 
Leia abaixo a íntegra da nota:

O Rio de Janeiro vive uma situação inaceitável
 
Manifestantes ou meros espectadores de atos políticos são enquadrados na chamada Lei de Organizações Criminosas, abertamente inconstitucional, e que, ademais, não se aplica a quem participa de manifestações públicas;
 
Eles são, também, indiciados por crimes de formação de quadrilha, corrupção de menores e outras aberrações. Presos arbitrariamente pela PM, são conduzidos a delegacias distantes para dificultar o trabalho dos advogados;
 
Seu indiciamento é feito sem critério, a partir do livre arbítrio dos delegados;
 
Jovens, sem vinculação com atividades delituosas, são processados por crimes inafiançáveis e correm o risco de serem condenados à prisão.
 
Convém lembrar que, numa democracia, mesmo os envolvidos em atos de depredação devem ser tratados na forma da lei. Não se pode combater ilegalidade com outra ilegalidade.
 
Advogados que buscam impedir essas arbitrariedades estão sendo tratados com hostilidade e vistos como estorvo à atuação policial. Agentes, a pretexto de realizar “oitivas informais”, impedem que os profissionais tenham contato com seus clientes. É bom recordar que “oitivas informais” de presos eram comuns na ditadura militar e são inaceitáveis numa democracia.
 
Essa situação é inadmissível. A observância dos direitos constitucionais não deve estar sujeita aos humores da autoridade policial.
 
Os 25 anos de nossa Constituição merecem uma comemoração mais adequada.
 
Wadih Damous
Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB
 
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