Wadih apoia campanha espanhola que relembra mazelas da ditadura Do site do Conselho Federal 13/08/2010 - O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, apoiou a atitude da ONG espanhola Associação para a Recuperação da Memória Histórica, que, a exemplo da OAB-RJ, lançou importante campanha requerendo justiça aos que praticaram crimes durante o período da ditadura militar. A exemplo da "Campanha pela Memória e pela Verdade", do Rio, o movimento espanhol apostou em mostrar à sociedade a perseguição sofrida por vítimas da Guerra Civil Espanhola e do franquismo. A campanha espanhola, assim como se deu na da OAB/RJ, conta com a participação de quinze artistas como os renomados Pedro Almodóvar, Maribel Verdú e Javier Bardem. Eles narram, em primeira pessoa, a trajetória da vida de uma vítima verdadeira da ditadura, dando depoimentos sobre o período de perseguição e afirmando que seus familiares ainda estão à espera de justiça. Do mesmo modo, os filmetes da campanha da OAB/RJ contaram com a participação de grandes nomes da dramaturgia nacional em defesa da abertura dos arquivos da ditadura militar, tais como Osmar Prado, José Mayer, Eliane Giardini e Fernanda Montenegro. Nos filmetes, Fernanda Montenegro aparece como Sônia Angel; José Mayer é David Capistrano; e Osmar Prado, Maurício Gabois - três militantes que desaparecem entre os anos de 1973 e 1974. No Brasil e na Espanha nenhum dos artistas convidados cobrou cachê. Na Espanha, o filme está sendo exibido por diversos sites, entre eles, o da emissora pública de rádio e televisão RTVE. "É realmente triste vermos que, passados mais de 30 anos, não só os mortos e desaparecidos brasileiros ainda permanecem na página infeliz da nossa história, como também ainda vige uma espécie de AI-5, desta feita midiático, que intimida, impede e tenta cassar a voz daquele que ousa indagar onde, quando, por quê, a mando de quem?", afirmou Wadih Damous, lembrando que os algozes dos que foram perseguidos e torturados durante a ditadura militar e cometeram atrocidades como estupros, choques elétricos, afogamentos e empalamentos seguem sem punição. "Continuam impunes, a grande maioria ainda anônima, recebendo seus soldos e pensões como qualquer cidadão de bem", criticou o presidente da OAB/RJ. Leia maisArtistas espanhóis gravam filmetes interpretando vítimas de ditadura franquista