20/08/2013 - 09:28 | última atualização em 20/08/2013 - 09:31

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Violência diminui expectativa de vida de homens no estado

Jornal O Globo

A violência está reduzindo em pelo menos um ano e quatro meses a expectativa de vida para homens nascidos no Estado do Rio. O alerta é do pesquisador Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele aponta uma proporção maior de jovens, cada vez mais novos, sendo assassinados. O perfil dessas vítimas, em geral mortas por armas de fogo, é na maioria de homens, negros ou pardos, com baixa escolaridade.
 
"No Brasil, de um modo geral, a violência letal, sobretudo contra jovens, é absurda. No Estado do Rio, estamos falando de 103 jovens mortos por ano, para cada cem mil habitantes disse Cerqueira, que participou ontem de uma audiência pública convocada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio, para discutir a morte de jovens negros no país".
 
A constatação do pesquisador é confirmada por dados do Mapa da Violência, divulgados no ano passado pelo Ministério da Saúde. O estudo apontava que 53,3% dos 49.932 mortos por homicídios em 2010 eram jovens, dos quais 76,6% negros e 91,3%, do sexo masculino.
 
Para tentar frear essa tendência, representantes da sociedade civil, presentes à audiência, querem que a Secretaria de Segurança inclua no seu Sistema Integrado de Metas os homicídios praticados contra jovens e negros. A solicitação será feita pelo deputado Marcelo Freixo (Psol), presidente da comissão da Alerj. Para ele, os índices oficiais que apontam a redução dos homicídios no estado podem estar mascarando o aumento das mortes entre jovens e negros:
 
"Os jovens negros morrem numa proporção de 2,3 para cada jovem branco, ou seja, um jovem negro tem 2,3 vezes mais chances de ser assassinado do que um jovem branco afirmou o parlamentar na audiência pública, acrescentando que defende a criação de uma política específica para a juventude negra".
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