A Comissão da Verdade da OAB/RJ, estabelecida com o intuito de colaborar com as investigações sobre violações cometidas no Judiciário durante a ditadura militar, lançou a campanha Marcas da Memória. A ação propõe aos candidatos à prefeitura do Rio a instalação de placas e monumentos em locais que tenham sido prisões ou centros de tortura durante a ditadura militar. Para falar sobre o tema, foram convidados a vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, e o integrante da Comissão da Verdade da Seccional Luiz Rodolfo Viveiros de Castro, os dois, ex-presos políticos. O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, reafirmou, durante a abertura do programa, a importância do resgate da memória. "É uma campanha cívica. Significa aperfeiçoar e consolidar a democracia", disse. Ele lembrou, também, que a iniciativa não é pioneira. "Algumas cidades, como Porto Alegre e Paris, por exemplo, já contam com placas lembrando fatos históricos e lutas pela democracia", completou. Cecília elogiou a parceria entre seu grupo e a Seccional e enfatizou a necessidade de se conhecer o que aconteceu. "A memória oficial conta que nós éramos terroristas. É preciso, mesmo que tardiamente, investigar e dar publicidade à verdade", declarou. A reforma dos currículos escolares foi citada por Luiz Rodolfo. "Temos que contar os fatos para aqueles que eram crianças ou não tinham nascido em 1964, só aí teremos uma real democracia", afirmou. O programa Direito em Debate, que foi ao ar nesta terça-feira, dia 21, na Rede Vida, em novo horário, às 21h30, devido ao incío do horário eleitoral, está disponível na TV OAB/RJ.