23/08/2010 - 16:06

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TSE quer mais segurança para magistrados

TSE quer mais segurança para magistrados

 

 

Do jornal O Globo

 

21/08/2010 - Dois dias após o atentado contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, Luiz Antônio Mendonça, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, afirmou que a ação criminosa foi um divisor de águas no debate sobre a segurança dos magistrados. Ele comparou o incidente ao ataque terrorista contra o World Trade Center, em Nova York, que vitimou mais de 3.200 pessoas.

 

Na abertura de reunião do Colégio de Presidentes dos TREs, em Brasília, Lewandowski criticou o aparato de proteção dos mais de 16 mil juízes e familiares, que, segundo ele, é feito por pessoal terceirizado e com pouca qualificação. Lewandowski defendeu que os magistrados passem a controlar a divulgação de suas agendas e a diversificar o itinerário de seus trajetos:

 

"É o momento de repensarmos com profundidade a segurança da magistratura e de todos os funcionários da Justiça."

 

 

Ações de inteligência para se antecipar aos criminosos

 

Mendonça não foi à reunião. Em carta pública, o Colégio de Presidentes dos TREs repudiou o atentado: O caso "reflete o extremo estado de violência que assola a nação brasileira, expondo a riscos a ordem que a sociedade espera quando da realização da maior festa da democracia, que é o pleito eleitoral". Pede ainda que as forças "militares e paramilitares se unam para resguardar a ordem do pleito". Lewandowski, porém, fez um apelo para que a convocação ocorra de forma parcimoniosa:

 

"O deslocamento das forças militares é caro, onera bastante. Deve ser usado, mas onde for estritamente necessário."

 

Para o presidente do TSE, a atitude dos magistrados abre brechas para ações criminosas:

 

"O juiz brasileiro é despojado. É um juiz moral e fisicamente muito corajoso. No geral, dispensa segurança, anda desarmado. Infelizmente, os acontecimentos do dia 18 demonstraram que a realidade mudou."

 

Ele afirmou ainda que é preciso intensificar as ações de inteligência para se antecipar aos criminosos. Destacou que "provavelmente" o atentado tenha sido provocado por vingança, em razão da investigação sobre urnas eletrônicas incendiadas na cidade de Canindé do São Francisco (SE). À época, o desembargador era promotor. Apesar de o apelo para aumentar a segurança pessoal, o presidente do TRE do Rio, Nametala Jorge, disse que não mudará seus hábitos. Segundo ele, a situação está "muito mais tranqüila", inclusive em áreas até recentemente dominadas pelo tráfico.

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