Depois de 20 anos morando juntos, a transexual Vanessa Alves e José Barbosa Galvão oficializaram a união. Eles e outros 49 casais homoafetivos reconheceram suas uniões estáveis ontem, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ). Realizei a primeira parte do meu sonho. Agora é só o juiz autorizar a conversão da união estável em casamento diz Vanessa. A festa foi coletiva, com direito a bolo de casamento e Hino Nacional entoado pela tradicional transformista ca. rioca Jane di Castro. Mas o mais importante foi o reforço dos núcleos familiares. Eu só tinha me casado com minha primeira mulher. Depois dela, vieram outras quatro. Agora estou casando novamente e, dessa vez, até que a morte nos separe, afinal já estamos juntos há 20 anos declarou José. No auditório do TJ, convidados e noivos participaram de uma cerimônia que teve até o tradicional atraso. Foram cerca de 30 minutos até que a celebração, conduzida pela desembargadora Cristina Gáulia, começou. Cabe ao Poder Judiciário, inclusive por meio de ações afirmativas, garantir os direitos fundamentais de liberdade, igualdade e dignidade, como o pleno direito à constituição de família seja qual for a orientação sexual do casal afirmou a desembargadora. O casamento coletivo foi uma comemoração do Dia Internacional do Orgulho LGBT (28 de junho) e também da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza a união estável de pessoas do mesmo sexo, tomada há um ano. Convidada é levada à delegacia A celebraçäo de união estável teve até uma convidada em apuros. Uma mulher tentou entrar na sede do Tribunal de Justiça do Rio, onde a cerimônia foi realizada, portando maconha. Descoberta durante a revista, a mulher foi detida pelos policiais que fazem a segurança do órgão e levada para a 50ª DP (Centro). Ela prestou depoimento e, logo em seguida, foi liberada. Por estar com pequena quantidade do entorpecente, ficou configurado que o material era para uso pessoal, fato confirmado por ela. No salão. os noivos e demais convidados não ficaram sabendo do ocorrido, no acesso ao prédio. Não tirou o brilho da festa nem tem relação com o motivo da celebração. Todos os eventos estao propensos a isso -declarou Roberto dos Santos, outro convidado.