"Um desrespeito à dignidade humana". É dessa forma que a Comissão de Direitos Humanos da OAB classificou a situação dos pacientes internados na emergência do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier. Ontem, a entidade acompanhou o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) numa nova vistoria na unidade. O quadro de superlotação, com doentes em maças pelos corredores e "internados" em cadeiras, já havia sido verificado na última segunda-feira pelo Cremerj, conforme o Extra noticiou ontem. "Recebemos o relatório da vistoria feita pelo Cremerj na segunda e verificamos que a superlotação continua. Há doentes que passam a noite sentados. Essa situação é recorrente e queremos sanar esse problema", disse a delegada da OAB Nair Guedes, que vai propor reuniões mensais com representantes da OAB, do Cremerj, do Ministério Público e dos hospitais. Segundo o Cremerj, ontem, o setor de observação, que tem capacidade para sete mulheres e sete homens, estava sobrecarregado, com 24 pacientes na ala feminina e 26 na masculina. Na sala de reanimação, oito doentes dividiam um espaço preparado para receber apenas quatro. "O ideal seria ter sete plantonistas, mas havia apenas quatro", relatou a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo. A Secretaria municipal de Saúde afirmou que investiu mais de R$ 6 milhões no Salgado Filho, em 2012, e que a unidade atende todos os pacientes que a procuram. Além disso, planeja inaugurar uma nova unidade próxima ao hospital, que absorverá o atendimento clínico.