13/04/2012 - 12:30

COMPARTILHE

Em SP, profissionais de saúde desconhecem legislação sobre aborto

jornal O Estado de S. Paulo

Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), feita na capital, mostra que 97% dos enfermeiros entrevistados; 90,5% dos psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas; e 32,7% dos médicos não sabem quando o procedimento é legal.

Considerado crime, o aborto é autorizado pela Justiça desde 1940 em gestações originadas de estupro ou quando a mãe corre risco. No caso de anencefalia, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que a mulher que interrompe a gravidez faz uma antecipação do parto, já que o feto não sobreviverá.

"O tema é difícil até para os profissionais da saúde. O desconhecimento é responsável por atitudes discriminatórias e julgamentos das pacientes", diz Gláucia Benute, psicóloga do Departamento de Obstetrícia do HC e autora da pesquisa. O estudo, feito com 119 profissionais, foi publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

Coordenador do Ambulatório de Violência Sexual e Aborto Legal do Hospital Pérola Byington, da Secretária Estadual de Saúde, Jefferson Drezett atribui o desconhecimento à falta de capacitação.

"Não adianta apenas escrever normas. É preciso capacitar, treinar e orientar os profissionais sobre o tema", diz. "A formação dos médicos carece de discussões sobre o assunto."

Correção

Diferentemente do que foi publicado em 9 de abril, na reportagem sobre acupuntura, Sohaku Bastos é diretor adjunto no Brasil da Federação Mundial das Sociedades de Acupuntura (WFAS) e fundador da Associação Brasileira de Arte e Ciência Oriental/Colégio Brasileiro de Acupuntura (Abaco/CBA).
 
Abrir WhatsApp