21/02/2014 - 12:32 | última atualização em 24/02/2014 - 16:07

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Por soluções em Campo Grande, subseção organiza ato em frente ao TJ

redação da Tribuna do Advogado

Cerca de cem advogados de Campo Grande se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça nesta quinta-feira, dia 20, para cobrar providências em relação ao mau funcionamento dos Juizados Especiais Cíveis (JECs). Os problemas enfrentados pela população do bairro, no entanto, não se limitam à péssima prestação jurisdicional. A cobrança da Cedae pela captação de esgoto, serviço inexistente na região, continua. O abuso foi denunciado na edição de setembro de 2013 da TRIBUNA DO ADVOGADO e frequentemente lembrado durante o ato. "Estamos relegados a segundo plano", reclamou Mauro Pereira, presidente da subseção de Campo Grande, que conta com 4.300 advogados inscritos.
 
A manifestação teve origem em uma conversa com o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz. Segundo Pereira, o estímulo veio após a constatação de que os constantes pedidos feitos em diversas rodadas de negociação não surtiram o efeito desejado. "Foi ele quem deu a ideia para que viéssemos reivindicar nossos direitos em frente ao Fórum. Somos o bairro mais populoso do Rio de Janeiro e o Poder Judiciário não nos presta um serviço adequado, os juízes são itinerantes e só empurram os processos. Vivemos um total descaso. Uma verdadeira negação à legalidade", constatou.
 
O vice-presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, esteve junto aos manifestantes no pedido por melhorias. Ele se solidarizou aos colegas e destacou que os problemas não se restringem ao bairro. "Os colegas vieram aqui apesar de todas as dificuldades para dizer que a Justiça em Campo Grande não funciona. Assim como não funciona em várias partes do estado", afirmou. Cramer se disse suspreso ao ver que, muitas vezes, as informações divulgadas vão de encontro à realidade. "Fiquei chocado quando recebi um anuário sobre o Judiciário do Rio de Janeiro e li que aqui se julga muito, bem e rápido. Isso só pode ser piada", criticou.
 
Munidos de apitos e carregando faixas e cartazes exigindo respeito aos advogados, agilidade nos juizados e uma solução para o caso com a Cedae, os manifestantes tomaram a calçada da Av. Antônio Carlos em frente ao Fórum. 
 
Para o conselheiro federal pelo Rio Wadih Damous, a situação é reflexo do descaso com que a Justiça vêm sendo tratada ao longo do tempo. "Faltam serventuários e os que lá estão muitas vezes não têm condições ideais de trabalho. Os JECs foram concebidos para dar celeridade e, hoje, impedem o acesso da população ao Judiciário e o exercício profissional dos colegas", lembrou. A aparente indiferença com que o Poder Público trata as demandas da população foi citada por ele como uma das principais razões para a indignação. "O caso da Cedae não pode ser deixado de lado. Uma concessionária pública cobrar por serviços que não presta gera uma reação. É por isso que os advogados estão aqui e é por situações como essa que acontecem grande parte das manifestações vistas por todo o país desde junho do ano passado", finalizou Wadih.
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