27/03/2013 - 12:28 | última atualização em 27/03/2013 - 12:50

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Sob pressão, deputado preside comissão hoje; OAB reage

jornal O Globo

Além de demonstrar claramente que pretende continuar no comando da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano (PSC-SP) fez questão de anunciar iniciativa em defesa de brasileiros presos e condenados à pena de morte na Indonésia. O deputado silenciou sobre a decisão do PSC de apoiá-lo, e também não comentou a reunião de líderes partidários para discutir o impasse gerado por sua permanência na presidência e a a nova ofensiva que será feita pelos líderes partidários, na semana que vem.

- Combinei com meu partido que eu não falaria (sobre a crise na comissão) - afirmou Feliciano à tarde, quando entrava para a reunião do PSC que referendou sua permanência no cargo.

Indagado como iria conduzir a reunião da comissão marcada para hoje, Feliciano disse que será uma agenda normal. Segundo ele, na semana passada, a reunião foi sabotada, com distribuição de senhas aos participantes em número desigual. E não quis antecipar se permitirá a entrada do público na reunião:

- Amanhã é um novo dia.

À tarde, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, atacou a decisão do PSC.

- A permanência do Feliciano significa assinar a sentença de morte da comissão - disse Damous, para quem o histórico de declarações de Feliciano não pode ser tratado como deslize, como afirmou, em nota, o PSC. - Não houve deslize. Ele expressou por diversas vezes o que pensa sobre vários temas, como a união homoafetiva. Mostra o desapreço desse partido pela ideia e pela Comissão de Direitos Humanos.

Após a decisão do PSC, diversos militantes em defesa dos Direitos Humanos criticaram a postura da legenda. Já aliados de Feliciano foram às redes sociais rivalizar com os protestos contra o parlamentar paulista.

No Facebook - tal como ocorrera em outros momentos desde que o deputado assumiu o comando da Comissão de Direitos Humanos -, novos protestos estavam sendo convocados. Um deles, ontem mesmo, no Centro do Rio, já tinha o apoio de mais de 2 mil convidados no final da tarde.
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