22/11/2017 - 18:09 | última atualização em 22/11/2017 - 18:16

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Seminário pontua necessidade de promover acessibilidade

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
A Seccional sediou durante esta quarta-feira, dia 22, a segunda edição do seminário Acessibilização, promovido pela Comissão da Pessoa com Deficiência (CPD) da OAB/RJ. O secretário-geral da CPD, Caio Sousa, pontuou que acessibilidade é um conceito muito amplo. “A gente não pode pensar só na rampa. A acessibilidade pode ser tanto arquitetônica como também de comunicação e de atitude. Se temos uma atitude inclusiva a pessoa com deficiência terá muito mais condições de ter autonomia no seu dia-a-dia do que teria se tivesse uma barreira. A partir desses eventos a gente faz com que essa questão saia da invisibilidade”, disse.

A presidente da Associação de Nanismo do Estado do Rio de Janeiro, Kênia Maria Souza, defendeu que atualmente as crianças sofrem muito mais com o bullying e, por isso, é preciso conscientizar a população. “Muita gente não sabe nem o nome da nossa deficiência. Hoje queremos que as pessoas se conscientizem que o nanismo é uma deficiência, mas a sociedade não quer nos enxergar. Imagine uma pessoa de 93 centímetros em uma sociedade que não quer nos enxergar. É importante dar visibilidade e por isso estamos aqui em busca do respeito. A sociedade precisa entender que a gente merece adaptações para viver melhor”.

A importância da representatividade foi o ponto levantado pela presidente da Associação de Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro, Cinthya Pereira Freitas. “A sociedade tem tanta responsabilidade por toda e qualquer mudança que se faça necessária para as pessoas com deficiência quanto os gestores. Sem representatividade não existe legitimidade. Gostaria que nós, pessoas com deficiência, fossemos representantes da palavra e da vontade do bem comum”, ressaltou.

Vice-presidente do Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro, Lilia Pinto Martins, lembrou que a entidade atua desde 1988 e destacou a importância do protagonismo das pessoas com deficiência. “Não importa qual deficiência, mas a pessoa não pode se fazer invisível, como acontecia há um tempo atrás. Com o protagonismo as pessoas alcançam uma autonomia que possibilita que elas possam decidir sua própria vida, fazer suas escolhas e mostrar seus interesses. É preciso que as pessoas com deficiência tenham uma visibilidade”.

O subsecretário municipal da pessoa com deficiência do Rio de Janeiro, Geraldo Nogueira, também falou sobre a questão de visibilidade. “Quando são instituídas politicas se você não é visto, você não é lembrado, e alguns segmentos ainda hoje têm pouca visibilidade dentro da sociedade, como surdo-cego e pessoas com nanismo por exemplo, e esses segmentos não são lembrados nas políticas públicas e na sociedade como um todo. A não lembrança acaba sendo lembrada apenas com estereótipos. Apesar de já termos alcançado uma certa visibilidade, a visibilidade social ainda é uma importante pauta”, defendeu.

O presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Álvaro Cysneiros, falou sobre o programa de inclusão social da entidade. “Dentro da associação temos uma iniciativa de que as nossas empresas se comprometem a contratar jovens em situação de risco social. Mais do que um curso, é uma formação em tecnologia. No final, as empresas se comprometem a contratar um terço dos jovens. Isso gerou inclusão social nos últimos oito anos. Mais recentemente, a gente vem incluindo cadeirantes e deficientes visuais nesse treinamento também”, disse.

O diretor da Biomob, Ricardo Saur, encerrou a mesa de abertura. O encontro continuou por toda esta quarta-feira, debatendo temas como a ambientação da pessoa com deficiência na educação e emprego; lei de cotas e a tecnologia a serviço da mobilidade. 
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