30/08/2011 - 18:24

COMPARTILHE

Seminário aborda vítimas de drogas e de terrorismo

redação da Tribuna do Advogado

O que há em comum entre um usuário de drogas, alguém que passou por um ato terrorista e aquele que sofreu algum tipo de abuso na escola? Para a vitimologia, tema que está sendo debatido nesta terça-feira, dia 30, na Caarj, todos os casos acima são de pessoas que se tornaram vítimas por ações humanas ou acidentes.
 
Promovido pela Sociedade Brasileira de Vitimologia (SBV), o evento, que seguiu até as 18h, reuniu especialistas para tratar dos temas drogas e terrorismo. O público, composto basicamente por estudantes de Direito, membros da Polícia Militar e advogados, lotou o auditório da Caixa.
 
Rocco defende repressão das drogasO primeiro painel, que discutia a relação com as drogas, contou com discursos do presidente da SBV e da Comissão de Políticas sobre Drogas da Seccional, Wanderley Rebello, e do advogado Rogério Rocco Filho, que apresentaram idéias opostas sobre a questão.

Defensor da repressão às drogas, Rocco aceita a classificação de vítima para os usuários. “Quem usa drogas socialmente é um dependente químico em potencial, que pode ou não desenvolver a doença”. Porém, o advogado acredita que declarar-se como tal publicamente é uma forma de apologia. “Um advogado ou qualquer outro profissional dizer, em uma revista, que faz uso de maconha, por exemplo, é uma forma de fazer publicidade daquela substância para um público vasto, inclusive de jovens que, quando desestruturados, podem se espelhar naquilo”.

Já Rebello desenvolveu o tema pelo viés da regulamentação, acreditando que a proibição não impede o uso de substâncias ilícitas. “A repressão já se mostrou totalmente falida em relação às drogas. Quem está envolvido com isso, não pensa nas conseqüências: vive o presente. Minha ideia é de uma política de enfrentamento através da liberação controlada pelo poder público”.

Falando sobre terrorismo, tema do segundo painel, o professor Jacob Dolinger mostrou a necessidade de discutir a questão em contraponto ao pensamento, segundo ele, simplista, divulgado pela mídia. “A verdade é que as Nações Unidas não têm feito muita coisa em relação a esse tema”, afirmou.

O seminário teve, ainda, painéis sobre Violência nas escolas e Contribuição e evolução da vitimologia.
Abrir WhatsApp