14/08/2013 - 09:56 | última atualização em 14/08/2013 - 13:43

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Em seis anos, quase 35 mil desaparecidos

jornal Extra

O caso do pedreiro Amarildo de Souza desaparecido há um mês após ser abordado por policiais da UPP da Rocinha passou a fazer parte de uma triste rotina no estado. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que há, em média, 15 casos por dia de desaparecimentos. Na capital, a média é de seis registros por dia. O assunto foi tema de uma audiência pública ontem na Alerj. Entre 2007 e 2013, a soma do número dos registros chegou a 34,7 mil no estado, aproximadamente 41% (14.328) deles na capital.
 
Ontem, o TJ divulgou decisão da 35ª Vara Criminal da Capital, que decretou a prisão preventiva de 16 acusados de participar do tráfico de drogas da Rocinha, na Operação Paz Armada, deflagrada um dia antes do desaparecimento de Amarildo.
 
Para protestar contra o grande número de pessoas desaparecidas, um grupo de atores e a ONG Rio de Paz fez ontem um ato na porta da Alerj. Eles se pintaram de vermelho, simbolizando o sangue de pessoas mortas e, em seguida, deitaram-se no chão, sendo cobertos por lençóis brancos. No ato, pneus foram utilizados para simbolizar o "forno de microondas", utilizado por traficantes para queimar suas vítimas.
 
Parentes de Amarildo e da engenheira Patrícia Amieiro participaram da audiência e cobraram providências que possam ajudar a encontrar o corpo de seus familiares. Em um depoimento emocionado aos parlamentares presentes, a irmã do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, Marionice de Souza, disse que a família de seu irmão continua morando na Rocinha e teme ameaça dos policiais que continuam no local:
 
"A injustiça continua lá na Rocinha. Todos têm medo que história de Amarildo se repita. Queremos policiais para nos ajudar, nos proteger e não para nos hostilizar".
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