14/06/2018 - 17:04 | última atualização em 14/06/2018 - 18:11

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Seccional sedia debate sobre lavagem de dinheiro e advocacia

redação da Tribuna do Advogado

            Foto: Bruno Marins  |   Clique para ampliar
 
Nádia Mendes
Na noite desta quarta-feira, dia 13, a OAB/RJ realizou um debate sobre a relação entre lavagem de dinheiro e advocacia. Para o diretor da Diretoria de Assistência aos Advogados da Capital, Leandro Mello Frota, o tema é muito sensível na advocacia, ainda mais nos dias atuais, em que, segundo ele, o Ministério Público cada vez mais questiona a origem dos honorários.
 
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"Vivemos tempos estranhos. As instituições entraram em processo de falência. Hoje existe um caos jurídico, legislativo e político. E a advocacia acabou alimentando um monstro. Apesar de ter um papel importante, cada vez mais o Ministério Público vem questionando e ultrapassando seu papel constitucional e, assim, entrando em uma grave rota com a advocacia", afirmou, lembrando que a tabela de honorários da Ordem é uma tabela que traz os valores mínimos a serem cobrados. "Se a nossa entidade, que é antes de mais nada classista, não regula os nossos honorários, não pode ser o Poder Judiciário ou o Ministério Público que vai nos regular", defendeu.
 
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O advogado criminal André Espirito Santo, especialista no tema e também professor da Emerj, conduziu o debate. Ele adiantou que a ideia não é fazer uma análise da lei, mas trazer à discussão alguns pontos sensíveis não só da lei em si, mas, principalmente, um debate sobre o contexto atual. "Eu diria que vivemos em um Estado absolutamente policialesco. Talvez nós estejamos vivendo uma ditadura judiciária mais grave que o tempo do regime militar", disse, argumentando que naquela época havia uma explicitação dos poderes e os limites da opressão eram mais claros.
 
"Hoje nós vivemos a sutileza da mídia. Vivemos uma verdadeira ditadura do Estado policialesco. E como somos advogados, temos que começar a pensar como nos posicionamos para que possamos no defender não só como profissionais, mas também cumprir nosso papel constitucional", afirmou.
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