18/04/2013 - 10:00 | última atualização em 18/04/2013 - 14:36

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Rodrigo Janot encabeça lista tríplice para a PGR

jornal Valor Econômico

O subprocurador-geral da República Rodrigo Janot foi o mais votado na eleição organizada ontem pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) para uma lista tríplice de candidatos à sucessão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cujo mandato termina em 15 de agosto. Janot obteve 511 votos.
 
Em segundo lugar ficou Ela Wiecko, ouvidora-geral do Ministério Público Federal, que recebeu 457 votos. Deborah Duprat, vice de Gurgel, ficou em terceiro, com 445 votos. Com 271 votos, Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral, ficou fora da lista.
 
Durante a campanha, ele defendeu trabalho coletivo de procuradores, diálogo político e fim de isolamento institucional
Participaram da votação 888 procuradores no país inteiro. Eles podiam escolher mais de um candidato. A ANPR divulgou o resultado no fim da tarde de ontem.
 
Rodrigo Janot já ocupou diversos cargos no Ministério Público Federal: atuou como Secretário Geral do MPF de 2003 a 2005 e, no ano seguinte, dirigiu a Escola Superior do Ministério Público da União. Também foi secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça e presidiu a ANPR. Nas eleições de 2011, figurou em segundo lugar na lista tríplice, atrás de Gurgel, que foi reconduzido ao cargo. Este ano, a campanha de Janot foi a mais profissionalizada. Ele tirou licença para visitar outros Estados e foi criticado por ter contratado assessoria de imprensa.
 
Durante a campanha, Janot defendeu o trabalho coletivo de procuradores, o diálogo político e o fim do "isolamento institucional" do Ministério Público.
 
Ela Wiecko, por sua vez, entra pela sétima vez na lista tríplice da ANPR, entidade que presidiu de 1997 a 1999. Também foi procuradora federal dos direitos do cidadão e corregedora-geral do MPF. Na campanha, defendeu a necessidade de "dialogar de forma construtiva com o Executivo, o Judiciário e o Congresso".
 
Deborah Duprat participou da eleição da ANPR pela primeira vez. Em um breve período em que atuou como procuradora-geral interina, levou processos de repercussão a julgamento no Supremo Tribunal Federal, como os que possibilitaram a união homoafetiva, o aborto de anencéfalos e a pesquisa com células tronco. Tem atuação forte nos direitos humanos. Durante a campanha, defendeu o papel do Ministério Público de "transformador social", perseguindo os propósitos da Constituição.
 
A lista tríplice será encaminhada pela ANPR à presidente Dilma Rousseff, a quem cabe a escolha. O indicado passará por sabatina no Senado antes da nomeação.
 
Dilma poderá ou não optar pelo nome mais votado nas eleições da ANPR. Pela tradição seguida desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro colocado tem sido nomeado para o cargo, com um mandato de dois anos. Mas não há nenhuma lei que obrigue a presidente a escolher o primeiro nome na lista, nem mesmo de optar por um dos três integrantes.
 
Outras organizações de carreiras do ministério público organizaram votação paralela - as associações nacionais dos Procuradores do Trabalho, do Ministério Público Militar e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Nessa lista, Deborah Duprat ficou em primeiro, com 884 votos. Em segundo veio Rodrigo Janot, com 576. Ela Wiecko obteve 516 votos e Sandra Cureau, 308. 
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