A OAB Mulher, através do Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento à Violência de Gênero, promoverá em 12 de junho uma roda de conversa sobre violência de gênero, com foco na violência psicológica. O início do evento está previsto para às 9h, no Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, que fica na Avenida Marechal Câmara, 150, 4º andar. A presidente da OAB Mulher, Marisa Gaudio, explica que entre as várias formas de violência de gênero, a psicológica e a moral são pouco percebidas pelas pessoas, inclusive as próprias mulheres, que demoram a perceber que estão passando por isso. “Além disso, nas delegacias existe uma dificuldade muito grande no registro desse tipo de violência. Em geral, só registram a violência física e o que acontece, geralmente, é que uma violência psicológica caminhe para se tornar uma violência física. A sensação que a gente tem é que se espera chegar na violência física para poder estancar isso, o que não é concebível”, defende. Segundo a coordenadora do GT de Enfrentamento à Violência de Gênero, Rebeca Servaes, a gravidade desse tipo de violência foi uma das motivações para a organização do evento. “Apesar da gravidade, essa violência não tem sido levada a sério pelos operadores do Direito”, disse, pontuando a dificuldade de registrar as ocorrências, que muitas mulheres enfrentam. Servaes destaca, ainda, que mesmo quando as vítimas conseguem levar o processo ao Judiciário, o agressor é absolvido ou recebe uma sanção não condizente com a gravidade da violência. Ela adiantou que o evento será multidisciplinar, com a participação da psiquiatra Mariana Luz, que coordena o ambulatório de Transtorno de Estresse Pós-Traumático do Instituto de Psiquiatria da UFRJ e vai tratar das consequências desse estresse na vida da mulher que sofre violência diariamente ou habitualmente. A psicóloga Aline Maia, pesquisadora de saúde mental da população negra, abordará a consequência dessa violência sob o enfoque das mulheres negras. Outra palestrante será a doutoranda em Ciências Sociais e Jurídicas Beatriz Hiromi que pesquisa sobre enfrentamento à violência contra a mulher e trará dados concretos sobre essa questão. A defensora pública titular do Núcleo de Defesa dos Direitos das Mulheres Simone Estrellita falará sobre a forma como que esse tema é tratado no Judiciário. “A intenção é mostrar para as mulheres a existência dessa violência e, principalmente, os indícios de que elas estão em um relacionamento abusivo, além dessa dificuldade de enfrentar a questão nos tribunais”, pontua Servaes. A participação no evento é gratuita, mediante inscrição neste link.