Até o final de dezembro ou, no máximo, início de janeiro de 2014, deve começar a funcionar a Delegacia da Rocinha, a primeira distrital instalada em uma favela no Rio. As obras de reforma e adaptação do prédio de dois andares, ao lado do complexo esportivo da comunidade, vão começar no dia 20, depois da transferência do polo do Consórcio Cederj (Centro de Educação à Distância do Estado do Rio), que funciona atualmente no local. "Como vamos pegar um prédio muito bom, de dois andares, com apenas dois anos de existência, serão necessárias poucas obras. Por isso, se tudo der certo, a minha vontade é que já haja plantões no Natal e no ano novo", afirmou a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha. Anúncio em setembro O projeto de instalar delegacias em comunidades pacificadas foi anunciado em setembro pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Segundo Martha Rocha, além da Rocinha, o Complexo do Alemão também ganhará uma unidade, possivelmente próxima ao teleférico da Estrada de Itararé: "Como essas delegacias serão construídas nos moldes da delegacia legal, amanhã um grupo executivo do projeto irá ao Alemão verificar se o local atende às especificações necessárias para a implantação da unidade", afirmou a chefe de Polícia. Ela explicou ainda que a assessoria de planejamento da Polícia Civil já vinha desenvolvendo estudos sobre a necessidade de se implantar delegacias em áreas pacificadas: "Nós percebemos que aqueles territórios agregavam um número expressivo de pessoas, muitas vezes maior do que o de alguns municípios que já eram contemplados com delegacias de polícia. O objetivo é estabelecer uma perfeita integração entre a Polícia Civil e a comunidade", afirmou a delegada, acrescentando que, toda vez que uma comunidade é pacificada no Rio, há um aumento do número de registros de ocorrência de violência contra a mulher nas delegacias dos bairros. Delegados selecionados A expectativa da Chefia de Polícia é que a delegacia do Alemão comece a funcionar ainda no primeiro trimestre do próximo ano. Perguntada se a presença de uma delegacia nas comunidades não poderia afastar o morador devido à proximidade do tráfico local, Martha argumentou que a Polícia Civil não depende da denúncia de morador para combater o tráfico. Além disso, ela afirmou que uma delegacia dará mais conforto aos moradores para o registro de crimes. Cada unidade terá um efetivo de, no mínimo, 40 policiais e dois delegados, que terão perfil operacional, mas também precisarão manter boa relação com a comunidade.