Revista de advogados no Fórum provoca reclamações Do jornal O Globo 14/06/2009 - Uma norma de segurança adotada no novo Fórum de Niterói virou motivo de indignação e mal-estar entre advogados. Para entrar no prédio, inaugurado em abril, os profissionais são obrigados a abrir bolsas e mostrar seus pertences, checados por meio de pequenas barras de madeira utilizadas pelas equipes de segurança. O procedimento também vale para qualquer um que não seja do Judiciário. Somente juízes, promotores e defensores públicos estão livres da revista. "Isso é um apartheid: advogados para um lado, e juízes e promotores para outro", protesta o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Niterói, Antônio José Barbosa da Silva. Ele critica a novidade adotada pela chefia de segurança do Tribunal de Justiça (TJ). No Palácio da Justiça, advogados não eram revistados, e no Fórum do Rio basta mostrar a carteira com chip da OAB para não ser abordado. "O tratamento tem que ser igual. Por que só advogados e estagiários têm que receber esse tipo de revista? Já não basta elevador privativo para os magistrados?", questiona o advogado Bruno de Lima. Advogados ainda reclamam que têm que expor documentos sigilosos e que a medida causa constrangimento às mulheres. O juiz Antônio Augusto Gaspar, dirigente do Núcleo Regional do TJ em Niterói, conta que está em estudo a aquisição de portais detectores de metais para o Fórum. Ele defende a revista, mas diz que vai conversar com a OAB sobre a possibilidade de implantar procedimento semelhante ao do Fórum do Rio. Segundo Gaspar, apenas 60 juízes, promotores e defensores têm livre acesso. "Já advogados são milhares que passam pelo Fórum. Pecar por excesso é melhor do que pecar por omissão. Há malefícios maiores do que o transtorno de uma revista", diz o juiz, lembrando que são julgados pelo Tribunal do Júri réus de alta periculosidade.