O momento é de esperança, afirmou o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, ao abrir o ato desta segunda-feira, dia 24, na Seccional, em prol da reforma política. "Semana passada, nossa preocupação foi com a liberdade de manifestação. Como entidade preocupada com a democracia, achamos que o momento é de esperança. Agradecemos a presença dos partidos políticos, já que são fundamentais inclusive para garantir a voz das ruas". Se os políticos fingirem que esse grito de alerta não é com eles, esse sentimento [fúria] voltará no futuro, com ainda mais força Felipe Santa Cruz presidente da OAB/RJ A violência da polícia contra manifestantes e de alguns desses contra integrantes de partidos foi lembrada por Felipe como ponto negativo das passeatas. E alertou: "Não é à toa a fúria da população. Se os políticos fingirem que esse grito de alerta não é com eles, esse sentimento voltará no futuro, com ainda mais força". Ele ressaltou o trabalho realizado por mais de cem advogados para impedir prisões arbitrárias. Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal, Wadih Damous destacou que a ocupação das ruas não é ameaça, mas fortalecimento da democracia. O que há, segundo ele, é uma crise do modelo representativo. "O povo não está se sentindo partícipe da construção democrática. A participação popular não pode se resumir a votar e voltar pra casa", criticou. Wadih, que também está à frente da Comissão da Verdade do Rio, relacionou os excessos cometidos pela Polícia com a forte repressão ocorrida no regime militar. A violência de nossa polícia é um legado de nossa ditadura", associou. "Ela ainda não aprendeu a conviver com a democracia. É preciso uma desmilitarização de nossa polícia", defendeu. O ato foi convocado pela OAB/RJ e tem a participação de partidos, sindicatos, entidades de classe e movimentos sociais.