12/02/2009 - 16:06

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Recuperação da Casa&Video para na Justiça

Recuperação da Casa&Video para na Justiça


Do jornal O Globo

12/02/2009 - O pedido de recuperação judicial da rede varejista Casa&Video, feito na sexta-feira passada, está parado no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio. Na noite da última terça-feira, o Ministério Público Estadual (MPE) enviou parecer à 5a Vara Empresarial do Rio de Janeiro dizendo que a documentação entregue pela companhia está incompleta. O parecer pede que "as partes complementem a documentação exigida pela lei". Agora, a juíza titular da Vara, Maria da Penha Nobre Mauro Victorino, vai convocar o advogado da companhia, Flávio Galdino (da Leoni Siqueira Advogados), e conceder um novo prazo para a entrega dos documentos. De acordo com especialistas, esse processo leva entre 15 e 20 dias.

Segundo o MPE, quem analisou o caso foi o promotor Luis Roldão de Freitas Filho. A Casa& Video informou, ontem à noite, que ainda não sabia da decisão da procuradoria. Sempre que uma empresa entra com pedido de recuperação judicial, o processo é encaminhado para o Ministério Público Estadual, que dá um parecer sobre o caso.


Sindicato diz que já foram homologadas 600 demissões

Das 68 lojas no Estado do Rio, O GLOBO constatou que pelo menos nove já estão fechadas. Entre elas, a do Shopping Tijuca, que tinha sido aberta no segundo semestre de 2008, em formato compacto. No local, não há produtos e as prateleiras foram retiradas. A rede colocou na porta da loja um aviso dizendo que "as operações foram encerradas temporariamente", direcionando os consumidores para outra loja no mesmo bairro.

Também fecharam lojas em Valença, Petrópolis, Penha, Bangu, Santa Cruz, Madureira, Tanque e São Cristóvão. A rede varejista não quis confirmar o total de lojas fechadas. No mês passado, porém, Fernando Luzio, presidente da Casa&Video, disse que as lojas menos rentáveis seriam fechadas.

Segundo uma fonte que acompanha o processo, uma das alegações da empresa para o pedido de recuperação judicial é de que somente "uma parte mínima das contas bloqueadas estaria atrelada às investigações de sonegação". A companhia, no entanto, diz que o argumento não procede.

Em dezembro do ano passado, a empresa foi alvo da operação "Negócio da China", que prendeu 13 pessoas - incluindo dois sócios da Casa&Video. Elas foram indiciadas por crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, descaminho (contrabando) e formação de quadrilha. Só Attílio Milone, um dos donos, permanece preso.

De acordo com a mesma fonte, a empresa está com problemas de caixa e não consegue pagar parte dos fornecedores. Para um advogado especializado na área, apesar de a rede estar sob investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, os credores é que decidirão, na prática, se aceitam o pedido de recuperação.

"A Justiça bloqueou várias contas. Eles não conseguem pagar parte dos funcionários e e de fornecedores", disse.

Em depoimentos no site do GLOBO, funcionários da rede que foram demitidos dizem que ainda não receberam indenização.

Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio, Otton Mataroma, já foram homologadas 600 demissões de empregados com mais de um ano de casa. O plano inicial da empresa prevê o desligamento de 1.686 pessoas.

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