18/02/2009 - 16:06

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Promotores tentam derrubar no STF lei que obriga a mostrar rendimentos

Promotores tentam derrubar no STF lei que obriga a mostrar rendimentos

 

 

Do jornal O Globo

 

18/02/2009 - A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) entrou ontem no Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei que obriga todos os servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário a enviar para a Assembleia Legislativa suas declarações de renda e patrimônio.

 

A proposta, que tinha sido vetada pelo governador Sérgio Cabral, foi apreciada pelos deputados na semana passada.

 

Eles derrubaram o veto e ontem promulgaram a nova lei.

 

A decisão da Conamp atende ao pedido da Associação do Ministério Público do Estado do Rio (Amperj). O presidente da entidade, Marfan Vieira, afirmou que a lei é inconstitucional porque não é atribuição da Assembleia fiscalizar os membros do MP. Além disso, os promotores já apresentam suas declarações à Corregedoria-Geral do MP e são fiscalizados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

 

"Independentemente dos bons propósitos da lei, ela padece de uma série de inconstitucionalidades. Ela trata de um tema que não é atribuição do Legislativo. Além disso, há o princípio da razoabilidade. O MP já é fiscalizado pela Corregedoria e pelo Conselho Nacional", disse Marfan.

 

O texto aprovado determina que as declarações sejam enviadas à Alerj no momento da posse e também no final dos exercícios financeiros, término da gestão ou em caso de exoneração, renúncia ou afastamento do servidor. A Alerj diz que manterá os documentos arquivados e poderá tomar providências em caso de irregularidades.

 

A lei autoriza ainda os deputados a publicarem em Diário Oficial as declarações.

 

O presidente da Alerj e autor da lei, deputado Jorge Picciani, defendeu a constitucionalidade da medida.

 

"Trata-se de uma matéria de competência do poder Legislativo. É uma prerrogativa que foi conquistada com muita luta, e da qual não poderíamos ter aberto mão", disse Picciani.

 

Na avaliação do presidente da Assembleia, a lei foi criada para dar mais transparência aos ganhos dos servidores e, além disso, ajudar a Alerj a fiscalizar os outros poderes.

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