04/10/2012 - 10:25

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Presos em ação contra jogo do bicho são soltos

jornal O Globo

Parte dos suspeitos de envolvimento no jogo do bicho presos durante a Operação Catedral, em agosto deste ano, está prestes a voltar para as ruas. O desembargador Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, concedeu habeas corpus a 12 dos 24 réus do processo, entre eles o policial civil aposentado Alan Cardeque Manoel Villela. Ele é acusado de entregar mensalmente R$ 16 mil ao policial civil Weber Santos de Oliveira, que na época era chefe do serviço de investigações da 4ª DP (Praça da República), para que repassasse informações sobre as investigações ao grupo.

A decisão ainda será publicada, e só então os suspeitos serão soltos. O desembargador considerou que falta fundamentação que justifique a prisão cautelar dos acusados enquanto o processo ainda está em trâmite. Em sua decisão, ele declara a "nulidade do decreto de prisão, por não expressar concretamente, quanto à cautelar, o binômio necessidade-adequação".

Procurado, o Ministério Público não informou se vai recorrer da decisão.

A Operação Catedral foi desencadeada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e pela 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público contra uma suposta quadrilha de bicheiros que atua na região da Central do Brasil, em partes do Centro e em São Cristóvão.

Entre os suspeitos, estão policiais civis e militares, alguns lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Providência. Segundo as investigações, a quadrilha lucrava R$ 170 mil por mês e pagava R$ 30 mil em propina para policiais envolvidos no esquema.

Após as prisões, foram exonerados os então comandantes do 5º BPM (Praça da Harmonia), coronel Amaury Simões, e da UPP do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht.
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