Presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio, Maíra Costa Fernandes diz que apesar da resistência de muitos empregadores, presos que estão em livramento condicional e ex-detentos começam a encontrar menos dificuldades para conseguir trabalho. Segundo ela, um emprego pode representar a diferença entre a vida dentro da legalidade e o retorno ao crime. Como é o desempenho dos presos no trabalho? Conversamos com muitos empregadores de detentos e eles são unânimes em afirmar que são seus melhores empregados. Nunca faltam e não chegam atrasados. Muitas dessas pessoas viveram experiências ruins na cadeia, por isso se esforçam o máximo para continuar empregados e levar uma vida normal. Dos 8.925 egressos do Patronato Mangarino Torres - onde ficam presos que podem ir à rua -, 5.630 trabalham. Há barreiras específicas para o trabalho dos presos? Sim. Uma das mais graves é a falta do título de eleitor (detentos não podem votar), isto faz com que o preso seja excluído de processos seletivos. Sem o título, ele não pode requisitar outros documentos importantes. Estamos pedindo à Justiça Eleitoral a concessão de, pelo menos, um número de registro aos presos. O preconceito do empregador diminiu? Felizmente sim. A Cedae, por exemplo, emprega dezenas de presos em livramento condicional. A passagem pela cadeia não pode ser uma pena perpétua.