23/06/2016 - 10:00 | última atualização em 27/06/2016 - 14:32

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Prerrogativas vai à Santa Cruz e Pavuna apurar problemas nos JECs

redação da Tribuna do Advogado

Estrutura precária, juiz que não recebe advogado e demora na expedição de mandados de pagamento são os principais problemas enfrentados pelos colegas que militam nos Juizados Especiais Cíveis (JECs) de Santa Cruz e da Pavuna. A coordenadora dos JECs da Comissão de Prerrogativas, Alessandra Santos, e o procurador Ramon Teixeira visitaram as duas unidades na terça-feira, dia 21, e na quarta-feira, dia 22, e conversaram com os advogados sobre as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia de trabalho. A ideia da comissão é mapear todos os JECs do Estado e cobrar melhorias ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ).
 
A comarca de Santa Cruz tem dois JECs. Sobre o primeiro, os colegas não tinham muitas reclamações. O segundo, em compensação, acumula problemas. Advogados e partes não têm um local adequado para esperar as audiências, são poucas cadeiras e bancos e a espera, muitas vezes, acontece sob sol forte ou chuva.
 
“Geralmente ficam mais de cinquenta pessoas esperando no sol, não tem estrutura nenhuma. Um banheiro unissex foi improvisado na sala de audiências, uma espécie de ‘puxadinho’, porque nem banheiro tinha”, conta o presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB/Santa Cruz, Manoel Agostinho.
 
Além dos problemas estruturais do juizado, os colegas relataram à comissão uma dificuldade muito grande no acesso à juíza titular do II JEC, Tatiana Schettino. Em reunião com os representantes da comissão, a magistrada assumiu o compromisso de receber os advogados. “Estou à disposição dos advogados e reiterarei com a minha equipe que não há orientação para barrar ninguém. Minha intenção é estabelecer uma boa convivência”, prometeu Tatiana, que afirmou estar ciente dos problemas estruturais e já pediu providências ao TJ. A Ordem vai oficiar essas melhorias ao TJ, corroborando o pedido já feito pela magistrada.
 
O presidente da subseção de Santa Cruz, Paulo dos Santos Freitas, também presente na visita, agradeceu a comissão de Prerrogativas pela iniciativa de mapear os JECs. “Os colegas sempre reclamaram muito da magistrada e, a partir de hoje, teremos um diálogo aberto, graças à essa visita e à iniciativa do presidente da Comissão de Prerrogativas, Luciano Bandeira”.
 
Na Pavuna, mandados de pagamento demoram até dois meses
 
Em 2013, o JEC da Pavuna recebeu todo o acervo do JEC de Guadalupe, que foi extinto, e os reflexos dessa mudança são sentidos pela advocacia até hoje. Entre processos físicos e eletrônicos, a serventia tem um acervo de mais de 12 mil processos. Segundo o presidente da subseção local, Antônio Faria, apesar disso o cartório tem um bom andamento. O problema é em relação à expedição de mandados de pagamentos.
 
Os advogados ouvidos pela equipe da comissão de Prerrogativas confirmam o que foi dito por Faria. Na serventia, os mandados de pagamento só são liberados depois da quitação total.  Alguns colegas relataram uma demora de mais de dois meses para a assinatura dos mandados, além de problemas na digitação que inviabilizaram o recebimento. “Os mandados de pagamento são de natureza alimentar, os advogados não podem ficar esperando tanto tempo”, afirma Alessandra.
 
Para Faria, a criação de um segundo juizado ou um juiz auxiliar poderiam ser uma solução para esse problema. “Precisamos de juízes que tenham atenção às causas dos advogados”, afirmou, lembrando de outra questão muito repetida pelos colegas ouvidos na Pavuna, a juíza titular Veleda Saldanha não costuma despachar com os advogados. A comissão irá enviar um ofício para a juíza com as demandas apresentadas pelos colegas, para que ela possa responder. Caso a resposta não seja satisfatória, o caso será encaminhado à Corregedoria do TJ.
 
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