Polícia do Rio acompanhará a criminalidade on-line Do jornal O Globo 03/07/2008 - A chamada mancha criminal, como os especialistas na área de segurança costumam definir os crimes em determinados pontos do estado, poderá ser acompanhada on-line pelos batalhões da PM e, posteriormente, pelas delegacias legais. A partir da semana que vem, no 3° BPM (Méier), os policiais receberão, com imagens atualizadas a cada 30 minutos, as ocorrências registradas no banco de dados do serviço 190, 24 horas por dia. A nova ferramenta foi desenvolvida pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e ganhou o nome de Observatório de Análise Criminal. Segundo o secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame, o novo sistema de análise e acompanhamento da mancha criminal, com ênfase na utilização de geoprocessamento, será importante para o trabalho de prevenção da criminalidade e, conseqüentemente, contribuirá para baixar os índices de criminalidade. Ele acredita que o Observatório de Análise Criminal ajudará na análise da redução dos homicídios dolosos, que, em abril, foi de 18,7% em um ano. "Não vejo o que comemorar na queda dos índices. O desafio é melhorar cada vez mais e o observatório vai nos ajudar nisso. Em segurança pública, muita coisa ainda precisa ser feita. Esta queda aponta que estamos no caminho certo. É pegar este dado e melhorar cada vez mais, pois a vida é o bem mais importante", disse Beltrame. O monitoramento das áreas integradas de segurança pública (Aisps) vai estar ao alcance do mouse. O policial poderá dar o zoom na região desejada e obter as mais variadas informações na área de segurança pública, além de visualizar um mapa da região, refinando a busca até o local do crime, da contravenção ou mesmo de acidente de trânsito. Entre os dados disponíveis estão o horário da ocorrência e o número do registro, além da proximidade com favelas, batalhões e delegacias. O presidente do ISP, tenente-coronel Mário Sérgio Duarte, disse que o programa do Observatório de Análise Criminal permite a criação de novas pesquisas como, por exemplo, áreas com maior incidência de roubos de veículo. Além das denúncias de crimes que chegam pelo 190, no Centro de Controle e Comando, que funciona na torre da Central do Brasil, as delegacias legais vão abastecer o banco de dados com mais informações, além de pontuar locais onde ocorreram homicídios, roubos a transeunte e apreensões de drogas. O serviço 190 recebe, por mês, cerca de 60 mil ligações, mas apenas 6% dos registros são confirmados e, portanto, pontuados no mapa. "Atualmente, o ISP já conseguiu identificar o problema do roubo a transeunte. Agora é necessário que os batalhões e delegacias planejem seu policiamento para combater este tipo de delito. O observatório será essencial nesta etapa", disse Mário Sérgio. O programa do Observatório de Análise Criminal teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e da Polícia Militar. Os dados serão renovados a cada 30 dias.