O tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, que há menos de um ano estava à frente do 7º BPM (São Gonçalo), onde vários policiais foram presos por ordem da juíza Patrícia Acioli, assassinada no último dia 11 em Niterói, foi transferido ontem, por determinação do coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM. Na próxima segunda-feira, ele assumirá o comando do 22º BPM (Maré), batalhão responsável pelo policiamento de todo o complexo de favelas às margens da Avenida Brasil e das linhas Amarela e Vermelha. Para seu lugar irá o coronel Djalma José Beltrami Teixeira, que comandava o 14º BPM (Bangu). Dezenas de policiais do 7º BPM respondem a ações As mudanças, que atingem 23 unidades, seriam publicadas ontem à noite no boletim interno da PM. O coronel Beltrami assume o 7º BPM em meio a uma crise iniciada com a morte da juíza, pois o batalhão tem dezenas de policiais que respondem a processos na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde Patrícia Acioli atuava. A polícia já descobriu que as balas usadas na execução são da PM. Ainda segundo as investigações, a quebra do sigilo das antenas de telefonia celular revelou que um grupo de policiais militares esteve, no dia do crime, nas imediações do Fórum de São Gonçalo e na área onde a magistrada foi assassinada, com 21 tiros. O batalhão de São Gonçalo, segundo investigações do Ministério Público estadual e da juíza Patrícia Acioli, tinha policiais acusados de formar grupos de extermínio com atuação no município. No ano passado, a Polícia Federal também identificou um grupo de policiais do 7º BPM - que acabou desarticulado e preso durante a Operação Alvará - atuando na proteção da máfia dos caça-níqueis, formada por bicheiros. Sete acabaram presos e denunciados à Justiça Federal. PMs e contraventores de São Gonçalo são suspeitos ainda de ameaçarem Patrícia Acioli. Eles também estariam por trás de ameaças contra um juiz federal de Niterói. Guerra do tráfico na Vila Kennedy já tem 31 mortos No 14º BPM, Beltrami enfrentava a difícil tarefa de acabar com a guerra de traficantes pelo controle da venda de drogas na Vila Kennedy, que já deixou 31 mortos nos últimos três meses, segundo informou o "RJTV", da Rede Globo. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, informou ontem que o lugar vai receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), mas não adiantou em que data isso acontecerá. Na quarta-feira, quatros corpos foram encontrados dentro de uma casa na Vila Kennedy. As vítimas seriam da Vila Aliança, favela em Bangu dominada por uma facção rival. As mudanças na PM atingiram ainda dois batalhões da Zona Sul. Para o 2º BPM (Botafogo) irá o coronel José da Silva Macedo Junior. O tenente-coronel Cláudio Costa de Oliveira, que era do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPtur), vai assumir o 19º BPM (Copacabana). Em Niterói, onde cinco PMs foram afastados das ruas esta semana porque eram citados em processos na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, assume o coronel Sergio Luiz Mendes Afonso. O atual comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo, foi transferido para o 20º BPM (Mesquita), onde estão lotados os policiais acusados da morte do menino Juan de Moraes, de 11 anos, ocorrida em junho na Favela Danon, em Nova Iguaçu. Também houve mudanças nos batalhões de Tijuca, Caxias, Olaria, Ilha do Governador, Santa Cruz, Recreio, Itaboraí, Magé e Belford Roxo. O BPtur será comandado pelo tenente-coronel Antônio Marcos Neto. Houve mudanças ainda em comandos intermediários.