21/08/2013 - 09:28 | última atualização em 21/08/2013 - 09:31

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PM investiga uso de gás em protesto no Rio

jornal Folha de S. Paulo

A Corregedoria da Polícia Militar abriu sindicância para apurar por que um policial militar jogou gás de pimenta no rosto de jornalistas, advogados e moradores do bairro do Catete, na zona sul do Rio.
 
A corporação não informou, até a conclusão desta edição, se tomará medidas contra os outros 11 PMs do Batalhão de Choque que na mesma ação, no final da noite de anteontem, atiraram balas de borracha e são suspeitos de retirar a roupa de uma moradora de rua.
 
Imagens de vídeo, postadas no site Youtube, por um grupo identificado como Coletivo Mariachi, mostram a ação da polícia ao final de uma manifestação que havia começado no centro do Rio.
 
Depois de passar pela Assembleia Legislativa, manifestantes seguiram em direção à sede do governo do Rio, o Palácio Guanabara. No caminho, agências bancárias foram destruídas. Parte do grupo seguiu pela rua do Catete e foi interceptado por PMs, que montaram uma barreira e iniciaram uma revista.
 
O vídeo mostra que dois PMs agarram uma mulher, moradora de rua, identificada como Ana Cláudia Florêncio, até tombá-la no chão. A partir daí, não deixam ninguém se aproximar. Há um corte na imagem, e a cena mostra a mulher sem roupa. Ela desmaia e é retirada do local de maca pelos policiais.
 
Pessoas em volta começam a gritar até que um policial com spray de pimenta nas mãos grita: "Na porta da delegacia vocês são advogados. Aqui, não". Em seguida, joga mais gás de pimenta em jornalistas e advogados e numa senhora que passava pela rua e tentava se proteger da fumaça. Um homem tenta interceder e também é atingido pelo spray.
 
Para o promotor Décio Alonso, "parece que houve um acionamento desnecessário do gás de pimenta".
 
O policial afastado é o sargento Paulo Giovani Rios da Silva. A PM informa ainda que o caso será estudado na corporação, mas não revelou o nome do oficial que coordenava a atuação do grupo na rua e nem se ele também será punido.
 
Segundo a PM, o policial que aparece no vídeo dando tiros de borracha em jornalistas e manifestantes também será afastado das ruas.
 
Os agentes do Batalhão de Choque não estavam identificados. Sobre os nomes havia fitas adesivas e não havia números ou letras nas fardas como o grupo de PMs que costuma acompanhar as manifestações. Todos os 12 policiais do Batalhão de Choque estavam em motocicletas.
 
Para Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, seção Rio, o caso foi lamentável: "A polícia continua dando mostras de falta de preparo. É imperdoável".
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