23/09/2015 - 11:00

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PM fará blitzes com apoio de assistentes sociais

jornal O Globo

Um dia depois de uma troca de farpas sobre o combate aos arrastões na orla da Zona Sul, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e o vice-prefeito Adilson Pires, que também é secretário municipal de Desenvolvimento Social, afinaram ontem o discurso. Depois de quase duas horas de reunião, eles anunciaram que a Polícia Militar contará com o apoio de assistentes sociais nas abordagens a jovens que seguem de ônibus para as praias. Quem estiver sem documentos ou dinheiro "em situação de vulnerabilidade" como diz Beltrame - - será conduzido a um centro de acolhimento. E quem for flagrado cometendo um delito será levado a uma delegacia. O trabalho começará no próximo fim de semana, juntamente com a Operação Verão, que foi antecipada.
 
"Muita coisa foi dita. Precisamos de ações e de articulações para efetivamente agir. Por isso, trouxemos para a mesa de discussões oito instituições que atuam diretamente ou indiretamente nas questões de segurança pública, ordenamento e assistência social. A prefeitura do Rio e nós, da secretaria, vamos antecipar em uma semana a Operação Verão. Realizaremos o trabalho que vínhamos fazendo, com blitzes, parando ônibus, carros e motos", disse o secretário, acrescentando que as ações serão acompanhadas por policiais civis.
 
Beltrame e Pires se reuniram no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), da Secretaria de Segurança, na Cidade Nova. O vice-prefeito garantiu que agora haverá uma ação conjunta, prometendo entregar hoje a Beltrame um dossiê com informações sobre 730 crianças e adolescentes infratores acolhidos, desde 2014, em centros de assistência social.
 
"O que houve no Rio no último fim de semana é inaceitável. Todos nós sabemos disso. E o poder público tem que entender que a sociedade espera dele uma ação concreta, para devolver a tranquilidade a todos que frequentam as praias do Rio", afirmou Pires.
 
Segundo Beltrame, as estratégias de vigilância da orla e de abordagem de jovens suspeitos serão traçadas numa reunião amanhã no quartel-general da PM, no Centro. "Desta vez, teremos o apoio de outras instituições. Isso servirá para que a gente tenha cada vez mais legitimidade, cada vez mais lisura nas nossas ações", afirmou o secretário.
 
Mais cedo, o prefeito Eduardo Paes defendeu a revista de jovens dentro de ônibus pela Polícia Militar:
"É preciso que a autoridade se coloque e se empenhe como tal. Não vamos tratar quem instala clima de terror como questão social. A lei permite que as forças de segurança atuem. Não podemos dizer que jovem que sobe em teto de ônibus está em situação de vulnerabilidade social. Vamos justificar, então, que o sujeito vá para a rua assaltar e agredir quem está na praia? Fizemos 203 creches e vamos chegar ao fim do governo com 331. Mas isso vai demorar um tempo. Eu confesso que não consigo fazer essa justificativa para atos de delinquente. Delinquente tem que ser tratado como delinquente".
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