30/07/2012 - 17:12

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Palestra apresenta as drogas pela visão dos dependentes químicos

redação da Tribuna do Advogado

“Queremos ter cidadania e participar dos assuntos e decisões que dizem respeito a nós e a nossa doença”. A afirmação de Marcelo da Rocha, membro da Associação dos Dependentes Químicos em Recuperação (ADQR), representou o propósito da palestra A hora e a vez do dependente químico, organizada pela Comissão de Políticas sobre Drogas da OAB/RJ e realizada nesta sexta-feira, dia 27, na sede da Seccional.

O objetivo do evento era recolher depoimentos e reivindicações de dependentes químicos para elaborar uma carta a ser enviada a autoridades municipais, estaduais e federais. “Essa oportunidade é histórica. Eu sempre sonhei com isso, mas q a ADQR nunca teve expressão para realizar algo parecido. O preconceito que sofremos nos impede de ser uma associação forte, porque temos que ser anônimos para não correr  riscos como o de não conseguir um emprego”, disse Rocha, congratulando a comissão pela realização.

Entre os tabus quebrados por ele em seu discurso está o posicionamento dos membros da Associação em relação a questões polêmicas sobre drogas. Contrariando o senso comum, ele afirmou que os dependentes químicos são contra a legalização do porte de maconha para uso pessoal ou medicinal e contra o fim da internação para viciados em drogas.

Rocha também frisou a diferença entre dependentes e usuários: “Nós temos uma doença e somos conscientes dela. Queremos parar. O usuário não quer”.

Dependente químico em tratamento, o empresário Ricardo Lemgruger informou que 15% da população mundial sofre de adicção, que engloba comportamento obsessivo compulsivo por qualquer hábito. “Sofro até hoje com os meus comportamentos, porque minha mente me engana. Mas é por estar atento a isso e que eu estou conseguindo me manter limpo por 22 anos. A distancia das drogas até nós é a do nosso braço apenas”, relatou.

O evento contou também com a participação do presidente da comissão, Wanderley Rebello, do advogado e conselheiro da Seccional Antonio José de Menezes, do advogado Rogério Rocco Filho e do fisioterapeuta Fernando Lira.
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