28/03/2012 - 10:08

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OAB/RJ vai acompanhar investigação da morte de jovem em Caxias

jornal O Globo e redação da Tribuna do Advogado

O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, disse que a entidade vai acompanhar as investigações sobre a morte do menino Igor Cordeiro Manhães, de 13 anos, atingido por quatro tiros de fuzil, pelas costas, supostamente disparados por policiais militares, em Duque de Caxias, na madrugada desta segunda-feira, dia 26. Wadih vai pedir nesta quarta-feira à chefe de Polícia Civil, delegada Marta Rocha, que a polícia se empenhe ao máximo na apuração do crime.
 
Ele se disse estarrecido com o caso e enfatizou que mesmo se o garoto tivesse envolvimento com o tráfico de drogas na Vila Centenário, onde mora, não deveria ter sido morto. "Todas as evidências indicam que o menino não tinha envolvimento com qualquer tipo de crime. Era um estudante. E, mesmo se fizesse parte de algum grupo de criminosos, nada justifica uma execução sumária. Vou dizer à chefe de Polícia que a OAB vai acompanhar o caso e pedir a ela que dê muita atenção ao episódio", disse.
 
Parentes de Igor vão se encontrar na tarde desta quarta-feira com Marta Rocha. Antes, porém, serão recebidos pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ. A entidade quer apurar o caso com lisura e pretende ouvir a família para ter um perfil do menino. Igor era bastante querido no bairro onde morava.
 
Nesta treça, o delegado-titular da 59ª DP (Duque de Caxias), Cláudio Vieira, ouviu quatro policiais militares que participaram da operação no Morro da Mangueirinha, na Vila Centenário, quando Igor foi baleado. Policiais do 21º BPM (Mesquita), que também participaram da ação, serão ouvidos no inquérito. De segunda até terça-feira, a 59ª DP apreendeu 18 fuzis e cerca de 20 pistolas das duas unidades. Elas já foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), onde será periciadas.
 
Parentes de Igor, cujo corpo foi sepultado no cemitério Nossa Senhora de Belém, no Corte Oito, enfatizaram que o garoto não estava na garupa de uma motocicleta quando foi baleado. Ele pegara uma carona com um amigo para buscar a sandália da mãe na casa de uma tia e já estava a pé quando foi atingido. Nesta terça-feira, poucos alunos foram à aula na sala do 7º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Irineu Marinho. Eles estavam de luto.
 
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