27/02/2014 - 18:16 | última atualização em 10/03/2014 - 14:46

COMPARTILHE

OAB/RJ se reúne com Policia Civil para tratar do caso de Vinícius Romão

redação da Tribuna do Advogado

Integrantes da Comissão de Igualdade Racial (CIR) da OAB/RJ estiveram nesta quinta-feira, dia 27 de fevereiro, com a Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) do Rio de Janeiro, na sede da chefia do órgão, para discutir o caso do ator e psicólogo Vinícius Romão, preso no início do mês por suspeita de roubo. Após a vítima voltar atrás no reconhecimento que havia feito de Romão como autor do crime, a justiça concedeu habeas corpus e ele irá responder ao processo em liberdade.

Como o acusado é negro, o presidente da CIR, Marcelo Dias, e o secretário geral da comissão, Rogério Gomes, juntamente com representantes da Superintendência de Igualdade Racial (Supir), vinculada à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) do Rio de Janeiro, solicitaram à corregedoria que apure o caso para verificar se a prisão irregular foi motivada por racismo. O delegado da Coinpol, Gladston Galeano, reconheceu a irregularidade da prisão e disse que a corregedoria irá apurar se houve desvio de função do delegado responsável – o relatório deve ser concluído em 30 dias.
 
Galeano negou a hipótese de que a prisão foi motivada por racismo. Para o presidente da CIR, é preciso pensar em evitar novos casos semelhantes. “A ascensão de negros e negras a posições de destaque na sociedade tem gerado reações. Não podemos aceitar o racismo”, declarou Dias.
 
Os membros da comissão da Seccional e da Supir insistiram na necessidade de um processo de conscientização da polícia a respeito de prisões irregulares, cujas principais vítimas seriam os jovens negros. “É preciso implementar rotinas e procedimentos para casos de crime de racismo”, disse Gomes. No dia 17 de março, acontecerá a reunião de instalação do grupo de trabalho – composto por delegados de polícia, membros da comissão da OAB/RJ e da Supir, além de representantes da sociedade civil – criado em janeiro para estudar crimes de discriminação racial.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, Marcelo Chalréo, também se manifestou sobre o caso. “O Poder Judiciário tardou em apreciar o pedido de livramento do cidadão, mesmo ante todas as provas fornecidas por seu advogado de que o mesmo nada tem em absoluto com o episódio. Sim, há um detalhe. O cidadão é negro e em uma sociedade preconceituosa e racista como a nossa, suspeito até prova em contrário”, disse.
Abrir WhatsApp