16/07/2024 - 17:46 | última atualização em 16/07/2024 - 20:40

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OABRJ recebe familiares e assume caso do homem negro autista que foi baleado pela Polícia Civil em Magé

Mariana Reduzino







Na manhã desta terça-feira, dia 16, a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OABRJ recebeu familiares de Gesse Souza dos Reis, homem negro de 30 anos de idade com transtorno do espectro autista, baleado  na quarta-feira, dia 10, no município de Magé, Baixada Fluminense. De acordo com testemunhas, Reis foi atingido no fêmur (osso da perna) por um tiro desferido por policiais civis durante uma perseguição. Seu estado de saúde é grave - passou por uma cirurgia para colocar pinos de sustentação e aguarda pela cirurgia de remoção do projétil, que está alojado próximo à artéria femoral. 

No encontro, estiveram presentes o presidente da CDHAJ, José Agripino, o procurador da comissão Paulo Henrique Lima, a membra Thyfani Pires, o colaborador Júlio Godinho e o advogado Anderson Ribeiro. 

Os familiares relataram que o jovem tem grave transtorno do espectro autista, mas, apesar de sua deficiência intelectual, não tem histórico de agressividade. É uma pessoa amada e querida no bairro rural em que vive. Segundo relatos de quem testemunhou a perseguição, Gesse se assustou com a sirene da polícia e por isso correu. Foi quando o policial civil disparou contra ele. Os parentes chamaram a atenção para o aparente conflito de interesses na investigação policial, apontando que o Termo Circunstanciado teria sido instaurado pelos mesmos policiais envolvidos na ocorrência. 

O presidente da CDHAJ, José Agripino, solidarizou-se com a família.


"Assim que soubemos do caso, mobilizamos os membros da CDHAJ para oferecer a assistência necessária à família. O Estado não pode continuar violando os direitos humanos de pessoas com deficiência em razão da falta de preparo de seus agentes".



O procurador da CDHAJ criticou a ausência de protocolo que garantem uma abordagem policial humanizada em regiões periféricas.

"É inaceitável que a polícia atire primeiro e pergunte depois. Esse caso demonstra o despreparo das forças de segurança pública para lidar com situações que envolvem pessoas com deficiência. É necessária a realização de uma rígida e isenta apuração dos fatos, que denotam aparentes excessos praticados contra este homem".

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