16/01/2012 - 18:21

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OAB/Nova Friburgo reivindica aplicação de recursos na Serra

Enquanto no Noroeste e o Norte do estado algumas subseções se mobilizam para auxiliar a população afetada pelas chuvas em suas necessidades mais urgentes, na Região Serrana a luta da OAB é pelo cumprimento das medidas prometidas pelos governos federal e estadual para os desabrigados pelas chuvas do ano passado. Somente no dia 12 de janeiro – quando a tragédia completou um ano - foi anunciado pelo vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o início das obras de construção de imóveis populares, a dragagem de rios e a retirada de famílias que vivem próximas ao  Rio Córrego Dantas.
 
Alguns dias antes, em entrevista ao jornal O Globo, Pezão culpou a burocracia e a falta de interesse dos empresários pela demora no processo de reconstrução das cidades. "Ali você não tem uma área abundante, plana, segura para construções. Ou você está na encosta ou na beira do rio. Isso dificulta muito. Áreas para as quais conseguimos viabilizar o processo de desapropriação acabaram descartadas pelo Instituto Estadual do Ambiente. Então é difícil colocar estas pessoas de novo em um lugar que não tenha problemas", disse ele ao jornal.
 
Para o presidente da 9ª Subseção, Carlos André Pedrazzi, outro fator que afeta diretamente o desenvolvimento de ações de reconstrução é a crise política que se instalou em Nova Friburgo.
 
Desde que o prefeito Dermerval Barbosa Moreira (sem partido) foi afastado o cargo por suspeitas de desvio das verbas doadas pelos governos federal e estadual após a tragédia, o interino Sérgio Xavier (PMDB) assumiu o cargo. Demerval, no entanto, já era um substituto. Ele assumiu a prefeitura quando o prefeito eleito em 2008, Heródoto Bento de Melo, precisou se afastar por problemas de saúde. “A cidade vive hoje uma crise política sem precedentes. Já é o terceiro prefeito que governa no mesmo mandato e é claro que isso não é positivo para os munícipes. Fica até difícil saber de quem cobraremos as providências no futuro”, ponderou Pedrazzi.
 
Segundo ele, a situação é ainda mais delicada em determinadas localidades, como o bairro de Córrego Dantas e o loteamento Floresta. “Em Córrego Dantas, a chuva voltou a atingir os moradores este sem que as obras de reconstrução para resolver os problemas causadas pelo temporal do ano passado começassem”, lamentou.
 
Para Pedrazzi, outro ponto da cidade que necessita de atenção urgente é o bairro Três Irmãos. Pedras gigantes permanecem no local desde as chuvas, apesar de inúmeros apelos dos moradores e da própria subseção. O assunto foi, inclusive, objeto de matéria na edição de dezembro da Tribuna do Advogado Regional. “As pedras têm iminência de rolar e colocam em risco a vida dos moradores”, criticou o presidente da 9ª Subseção.  “Os investimentos que chegaram à região ainda são pífios. Tivemos algumas obras, como a reconstrução da ponte que liga Friburgo a Bom Jardim, por exemplo, porém isso não é o suficiente. Precisamos de mais recursos para resolver todos os problemas”, completou.
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