Comissão de Meio Ambiente da OAB/ Niterói analisará denúncia sobre crime ambiental na praia de Itacoatiara. Do Jornal O Fluminense 01/08/2008 - Estudante universitário questiona material que está sendo depositado na restinga da Praia de Itacoatiara. OAB promete investigar denúncia Moradores de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói, estão preocupados com a qualidade da areia depositada na restinga da praia pelo Programa de Recuperação da Restinga. Segundo eles, o material, que é oriundo de construções nas praias de Piratininga e Camboinhas, estaria misturado com restos de obras. Na manhã da última quarta-feira, o estudante do nono período de Geologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e morador do bairro, Stefan Monnerat Hulme, chegou a subir em um trator para impedir o despejo da areia na restinga. De acordo com Stefan, a areia que vem sendo depositada no local está misturada com vergalhões, restos de azulejo, concreto, telhas, tijolos e plantas que não são nativas da região. "A areia do solo da praia de Itacoatiara é formada por dunas, conhecida cientificamente como arenossolo ou neossolo quartzarênico. A interferência causada pela decomposição desses materiais causa impacto ambiental na restinga e compromete estudos futuros", explica Stefan. O estudante de geologia reclama que a areia depositada na restinga pelo projeto deveria ser peneirada e lavada. Segundo eles, os fragmentos desses materiais compõem 40% da areia que está sendo despejada no local. Ele diz ainda que esta areia lá avançou de 10 a 30 metros da restinga, dependendo do ponto, soterrando inclusive espécies nativas. "Os métodos e materiais que estão sendo utilizados neste momento comprometerão qualquer análise sedimentológica, geomorfológica e granulométrica, além de causar danos irreversíveis devido à quantidade de lixo que esta acompanhando à areia", reclama o estudante. Stefan informou que elaborou um relatório sobre a qualidade da areia depositada na restinga e teria encaminhado para a Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Niterói. "Fui informado sobre o caso, mas ainda não vi o relatório. Vou analisá-lo e fazer uma visita ao local na próxima semana. Se a denúncia for constatada, informarei ao presidente da OAB (Antônio José Barbosa da Silva) e ingressarei com uma medida para impedir essa agressão ao meio ambiente", informou o presidente da comissão Ricardo Moreira.