Novo procurador da República rebate críticas de Gilmar Mendes Do Jornal do Brasil 19/08/2009 - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não deixou sem resposta críticas ao Ministério Público feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, para quem procuradores e promotores têm usado "força de trabalho paga pelo poder público, paga pela sociedade, para fins partidários". Sem citar o presidente do STF, Gurgel mandou distribuir nota "a propósito de recentes matérias veiculadas nos meios de comunicação sobre a atuação do Ministério Público", na qual afirma: "Críticas devem ser ponderadas para que possam ser tomadas em consideração. Frases de efeito em nada contribuem para o debate sério das dificuldades do sistema judiciário". O ministro Gilmar Mendes cobrou uma retratação do Ministério Público por excessos de alguns dos seus integrantes, na segunda-feira, em São Paulo, ao ser indagado sobre a legitimidade da instituição ao propor, perante a primeira instância, ação de improbidade administrativa contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). Na nota ontem divulgada, o novo chefe do Ministério Público - normalmente tão reservado como o seu antecessor - diz ainda: "Nenhuma é a utilidade de estabelecerse competição de deficiências entre o Ministério Público e o Judiciário. Como não falto ao respeito que qualquer autoridade pública deve às instituições, de minha parte não se ouvirão censuras ao desempenho de magistrados a pretexto de inconsequente retaliação". E prossegue: "A avaliação feita do Ministério Público é oposta à da sociedade, que, embora consciente da necessidade de suprir carências, tem a instituição como uma das que melhor funcionam no Estado brasileiro e que mais merecem o seu respeito. A gravidade dos problemas que nos desafiam impõe a união de todos. Não desperdicemos esforços com ataques injustificados e, por isso mesmo, inaceitáveis", conclui Roberto Gurgel. As cinco entidades de classe do MP também divulgaram uma nota para "repudiar as injustas declarações proferidas, mais uma vez, pelo Ministro Gilmar Ferreira Mendes, presidente do STF, estampadas em críticas infundadas acerca da atuação do Ministério Público, a quem atribui inércia e favorecimento de grupos políticos". Assinam a nota as associações nacionais dos Membros do MP (Conamp), do MP militar (ANMPM), dos procuradores da República (ANPR), dos procuradores do Trabalho (ANPT), além da representativa do MP no Distrito Federal (AMPDF).