18/06/2013 - 16:01 | última atualização em 18/06/2013 - 16:43

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Militares contrários à ditadura dão depoimentos à Comissão da Verdade

redação da Tribuna do Advogado e assessoria da CVR

A Comissão da Verdade do Rio (CVR) ouviu, na manhã desta terça-feira, dia 18, os coronéis Ivan Cavalcanti Proença e Bolívar Meireles, sobre as consequências de terem, como militares do Exército, se posicionado contra o golpe e 1964. Ambos foram sumariamente retirados das fileiras e sofreram punições em suas carreiras.
 
Ivan foi o oficial que, no comando de uma tropa de elite, a dos Dragões da Independência, impediu que, no dia 1º de abril de 1964, um grupo de paramilitares fortemente armado invadisse o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco), da UFRJ, onde estavam concentrados os estudantes de Filosofia e de Direito que se articulavam para resistir ao golpe. Ele cumpriu prisão na Fortaleza de Santa Cruz por 58 dias.
 
Já o coronel Bolívar se recusou a acatar ordens do então presidente Castello Branco para a prática de torturas no 10º Batalhão de Caçadores de Goiás, em 1964. Segundo ele, as torturas ali eram comandadas principalmente pelo coronel Danilo de Sá da Cunha Melo. O coronel defendeu o direito de ser de esquerda, "da mesma maneira que o Jarbas Passarinho se dá o direito de ser fascista", afirmou fazendo referência ao ex-governador do Pará e ministro na ditadura pela Arena. 
 
Na fala que antecedeu os depoimento, o presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, reiterou o foco da comissão. "Não se deve falar em punição para os dois lados, pois o único lado punido foi o dos oprimidos pelo regime ditatorial".
 
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