Membros da OAB/RJ e da Caarj farão parte do núcleo provisório da Associação Americana de Juristas (AAJ) no Brasil. O diretório foi criado em evento realizado nesta sexta-feira, dia 19, na Caarj, que contou com a presença da diretoria da AAJ e reuniu juristas renomados de várias partes do país e do mundo. O presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, o conselheiro federal Wadih Damous e o presidente de sua Comissão de Direitos Humanos, Marcelo Chalréo, além do presidente da Caixa, Marcello Oliveira, são alguns dos nomes que integrarão o grupo. "A importância da AAJ no contexto internacional, particularmente no que diz respeito à pauta de direitos humanos, aliada à crescente internacionalização das demandas dessa natureza fez dessa reorganização brasileira e a consequente construção de um núcleo inicial algo extremamente necessário", disse Chalréo. Representantes brasileiros na AAJ Aderson Bussinger Antônio Fabrício Cézar Britto Cléa Carpi Felipe Caliendo Felipe Santa Cruz Herilda Balduíno Jarbas Vasconcelos Luis Carlos Moro Luiz Salvador Marcello Oliveira Marcelo Chalréo Wadih Damous Criada em 1975, a AAJ é uma organização não-governamental (ONG) que têm status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas a fim de defender os interesses dos povos, sua independência econômica e a soberania sobre as próprias riquezas e recursos naturais, além do exercício livre da advocacia. "Atuamos, também, firmemente, contra o imperialismo, o colonialismo, o fascismo e discriminações. Defendemos os direitos das mulheres, dos povos indígenas e das minorias nacionais como um todo", explicou, no evento, Vanessa Ramos, porto-riquenha que preside a associação. "O grupo foi fundado em um momento de extrema necessidade, quando a América Latina estava passando por ditaduras ferozes e pela Operação Condor. Já nos pronunciamos em várias tentativas de golpe de Estado, como no caso atual da Venezuela", complementou Vanessa referindo-se às reações em relação ao resultado do pleito nacional que elegeu Nicolás Maduro como presidente venezuelano. "O que antes era descarado e promovido por militares, hoje é feito de forma mais sofisticada, pelas mãos de um império oligárquico, contando com o poder da mídia", sustentou. Marcello, que ofereceu a estrutura da Caarj para sediar o escritório do núcleo, ponderou o atraso brasileiro na área de atuação da AAJ. "Tenho certeza de que a Associação tem muito mais a colaborar para o progresso dos direitos sociais no nosso país do que nós, brasileiros. O Brasil está muito atrás na discussão de inúmeros temas, como direitos sexuais e reprodutivos e memória e verdade, por exemplo. Essa troca será fundamental". Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal, Wadih ressaltou que a pauta do grupo é comum aos anseios da OAB e comemorou a reorganização da instituição no Brasil. "Somos um país que também sofreu uma grave ditadura e ainda convive com seus efeitos no presente. A tortura continua sendo um método dos nossos órgãos de segurança e as pessoas ainda desaparecem sem deixar vestígios, não mais por motivação político-ideológica, mas por uma cultura de segurança ainda baseada em preceitos da Guerra Fria", declarou o conselheiro. Além dos membros da Seccional, farão parte do diretório provisório a conselheira federal pela OAB/RS Cléa Carpi (que já foi presidente da AAJ entre 2003 e 2007), o ex-presidente do Conselho Federal Cézar Britto; o diretor cultural da Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp), Luis Carlos Moro; o presidente da Associação de Advogados Laboralistas, Luiz Salvador; o diretor da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), Antônio Fabrício; o advogado Aderson Bussinger; o presidente da Associação Catarinense de Advogados Trabalhistas, Felipe Caliendo; a advogada Herilda Balduíno; e o presidente da OAB/PA, Jarbas Vasconcelos. Também discursaram na reunião, além de Salvador e Cléa, os membros do conselho da AAJ Beinusz Smukler e Ernesto Moreau.