13/05/2013 - 09:59 | última atualização em 13/05/2013 - 10:01

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Martha Rocha: 'excessos terão punição exemplar'

jornal Extra

A ação de policiais civis, que foram filmados atirando com fuzis, de dentro de helicópteros, contra bandidos na Favela do Rola, em Santa Cruz, e mudando um corpo de lugar para supostamente forjar um auto de resistência, foi condenada pela chefe de Polícia Civil, Martha Rocha. Ontem, em nota oficial, ela afirmou que "a Polícia Civil não compactua com erros nem excessos, que terão punição exemplar, a partir do trabalho da Corregedoria Interna da Polícia Civil".
 
Martha também afirmou que "laudos periciais e depoimentos serão analisados com rigor, assim como o tipo de armamento utilizado, o socorro aos feridos e a não preservação do local do crime". Ela disse que a Polícia Civil tem o mesmo interesse da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que é a busca pela verdade. "O princípio da Polícia Civil é prender, e não matar".
O princípio da Polícia Civil é prender, e não matar
Martha Rocha
chefe da Polícia Civil
 
As imagens divulgadas pelo jornal Extra mostram policiais da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) trocando tiros e matando supostos bandidos na favela, em junho de 2012. Um morto é encontrado desarmado e levado pelos policiais, dentro de um cobertor vermelho, para o bar onde foram encontrados os corpos de três homens e armas.
 
Especialistas em segurança pública criticaram a ação e os tiros disparados de helicópteros, que poriam em risco a vida de inocentes. O antropólogo Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) diz que, na Guerra do Vietnã, a estratégia dos Estados Unidos foi eliminar os oponentes com saturação de tiros.
 
"Tecnicamente, ficou ainda mais claro que uma forma de combate difundida no Vietnã está sendo utilizada pela polícia".
 
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) disse que vai propor hoje uma audiência pública para sugerir a criação de um serviço de perícia independente. "Hoje, a perícia pertence à polícia. Pelo que vimos nas imagens, o trabalho está completamente comprometido".
 
Um novo vídeo, obtido pelo Extra, mostra bandidos da Favela do Rola atirando contra policiais, um mês antes da operação em que agentes do Core teriam forjado o auto de resistência.
 
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