01/02/2013 - 09:33 | última atualização em 04/02/2013 - 13:25

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Marcus Vinícius Coêlho é eleito para a OAB Nacional

jornal O Estado de S. Paulo

Após muita polêmica e disputa política, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) elegeu ontem o secretário-geral da entidade, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, como novo presidente. Com 64 votos, Coêlho foi declarado vencedor. O outro candidato, o vice-presidente da OAB, Alberto de Paula Machado, recebeu 16 votos.
 
Na eleição, na qual votaram os 81 conselheiros federais da Ordem, houve o registro de um voto em branco. Há 15 anos, a OAB não assistia a uma disputa eleitoral - nas últimas cinco eleições, prevaleceu a chapa única.
 
Há 15 anos, a OAB não assistia a uma disputa eleitoral - nas últimas cinco eleições, prevaleceu a chapa única
Coêlho disse que pretende fazer com que a Ordem "trabalhe pelas duas missões institucionais da entidade". "A primeira é a defesa das grandes causas da República, como por exemplo a reforma política, principalmente se tratando do financiamento democrático das campanhas eleitorais. E no plano da advocacia, priorizar a valorização do advogado."
 
Novo responsável por presidir uma entidade que conta com orçamento anual de RS 30 milhões e tem aproximadamente 750 mil filiados, Coêlho disse durante a campanha que pretende adotar na OAB as mesmas regras da Lei de Acesso a Informação, que regulamentou o direito do cidadão a requerer e receber informações de órgãos públicos.
 
Apoiado por 22 das 27 seccionais da OAB, Coêlho tomará posse hoje do cargo, sucedendo Ophir Cavalcante, que presidiu a entidade nos últimos três anos.
 
O novo presidente da OAB completou 41 anos ontem e fez sua carreira no Piauí. E o presidente mais jovem da história da OAB. Ele responde por improbidade administrativa e é alvo de documentos que o relacionam a tentativa de regularizar terras devolutas em nome do seu escritório. O candidato derrotado é do Paraná.
 
A eleição de ontem envolveu até disputa judicial. Na noite de quarta-feira, a Justiça Federal concedeu uma liminar garantindo ao advogado Danilo Mota o direito de ser reconduzido ao cargo de conselheiro titular da OAB. Reeleito, Mota afirmou que foi afastado por retaliação política pelo fato de ter declarado que votaria em Coêlho.
 
Durante a campanha, Coêlho afirmou ao Estado que seu nome representa um movimento que deseja que a entidade não seja presidida "por alguém escolhido pelos cardeais".
 
Ele propõe o congelamento da abertura de novos cursos de graduação em direito e a criação de um grupo de trabalho entre a OAB e o Ministério da Educação para inspecionar os cursos com índice de aprovação no exame de Ordem abaixo da média nacional.
 
Coêlho também promete convocar um plebiscito, em novembro, para que os advogados do País decidam se a eleição para o Conselho Federal deve ser direta. Ele, contudo, não manifesta sua opinião a respeito do voto direto. "Tenho o compromisso de não influenciar, de não expressar minha opinião sobre isso."
 
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