17/07/2013 - 12:42 | última atualização em 17/07/2013 - 12:44

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Maioria de prefeitos defende fim da reeleição e mandato de seis anos

jornal O Globo

O que os prefeitos querem da reforma política foi apurado em pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) na semana passada, durante a Marcha dos Prefeitos, quando foram ouvidos 622 deles. Para 60,5%, a reeleição deve acabar, e para 53,3%, o mandato do presidente, de governadores e prefeitos deve ter duração de seis anos.
 
O fim da reeleição indefinida dos parlamentares também é defendido por 73,3%, assim como o financiamento público de campanha (49,2%) e o voto obrigatório (58,4%). O número de prefeitos entrevistados representa 11% do total de 5.563 no país.
 
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que a pesquisa será enviada aos congressistas, como contribuição para o debate sobre a reforma política. Ele se disse surpreso com o apoio ao fim da reeleição: "Sempre pensei que fossem a favor".
 
Para Ziulkoski, esse dado, combinado com o mandato de seis anos, tem explicação: os prefeitos terão mais tempo para planejar a gestão e poderão ser mais independentes dos partidos políticos.
 
"Os novos prefeitos começam (o mandato) pensando em reeleição. Se não houver reeleição, mas o mandato for de seis anos, terão um tempo maior para se planejar e não vão ficar pensando em reeleição. Vão ter mais transparência e não ficarão vulneráveis aos partidos", argumentou.
 
A pesquisa consultou os prefeitos sobre 12 pontos. Setenta por cento são contra candidaturas de políticos sem partido. A eleição do suplente de senador tem apoio de 85%, e as eleições para todos os cargos num só pleito, com a coincidência de mandatos, de 83,5%.
 
O plebiscito para a realização da reforma política, proposto pela presidente Dilma Rousseff e rejeitado pelo Congresso, conta com o apoio de 57%. Porém, a sugestão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de que os parlamentares sejam submetidos a um "recall" por parte dos eleitores, antes do fim de seus mandatos, foi rejeitada por 53,8%. O voto distrital para a eleição de deputados é a escolha de 42,4%; e 40,7% defendem o sistema atual, de voto proporcional.
 
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), que foi relator de projetos de reforma política na Câmara, mas que ontem decidiu se desligar do novo grupo de trabalho que analisa o tema na Casa, disse que o Parlamento não está conectado com o que a população deseja. Para ele, os prefeitos podem estar reproduzindo parte do desejo da sociedade: "Há um impasse sobre a reforma política no Parlamento. A idéia do plebiscito é a medida para sair do impasse. A pesquisa reforça a opinião da ampla maioria da população por uma reforma política".
 
Ziulkoski comemorou o apoio dos prefeitos à limitação da reeleição no Legislativo: "Precisamos terminar com o profissionalismo na política. A reeleição de vereadores, deputados estaduais e federais deve ter um limite".
 
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