02/04/2013 - 09:21 | última atualização em 02/04/2013 - 09:24

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Magistrado é investigado em Alagoas por desvio de verba

Jornal O Globo

As investigações sobre a "máfia da merenda", descoberta em São Paulo há dois anos, chegaram a Alagoas e envolvem o ex-presidente do Tribunal de Justiça e desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas. O processo corre em segredo no Conselho Nacional de Justiça, mas as investigações só vazaram na semana passada porque a filha do desembargador, que era prefeita da cidade sertaneja de Piranhas, Melina Freitas (PMDB), é acusada pelo Ministério Público Estadual de chefiar uma quadrilha que desviou R$ 15 milhões dos cofres da cidade. Ela obteve um salvo-conduto do TJ e não pode ser presa.
 
Em 2012, os promotores de São Paulo que investigam o pagamento de propinas e doações ilegais para campanhas eleitorais através de empresas especializadas na merenda escolar entregaram ao Ministério Público de Alagoas as quebras de sigilo telefônico e fiscal de um chefe de gabinete do desembargador. Segundo os documentos, o chefe de gabinete recebeu R$ 400 mil da SP Alimentação, depositados em sua conta bancária. Para os integrantes do MP, o dinheiro foi entregue ao desembargador.
Filha do desembargador e ex-prefeita, que não pode ser presa por ter obtido salvo-conduto do TJ, é acusada de chefiar uma quadrilha que desviou R$ 15 milhões
 
Graças a uma decisão do desembargador, a SP voltou a atuar em Maceió, apesar da recomendação do MP local para que os contratos fossem rompidos e de um parecer da Procuradoria Geral do Município suspendendo a atuação da SP na capital alagoana. Os R$ 400 mil foram depositados após a decisão judicial.
 
Melina não foi encontrada para falar do assunto. Vice-presidente da Juventude do PMDB no Nordeste, ela não fala do caso nas redes sociais. O desembargador também não foi encontrado. O TJ não se pronunciou. Segundo apurou o jornal O Globo, Washington Luiz deve falar do assunto na sessão pública do TJ de hoje.
 
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