27/05/2011 - 16:06

COMPARTILHE

Mães de desaparecidos querem cadastro único

Mães de desaparecidos querem cadastro único


Do jornal O Fluminense

27/05/2011 - Dezenas de mães e parentes de desaparecidos pediram ontem a criação de um cadastro nacional unificado com informações e dados sobre as pessoas procuradas. Durante protesto, que percorreu as ruas do centro da capital paulista, as famílias expuseram cartazes e fotos de parentes sumidos e manifestaram apoio a um projeto de lei paulista que obriga o estado a unificar informações sobre os desaparecidos.

"A polícia de São Bernardo do Campo não sabe de um boletim de ocorrência feito em Mogi das Cruzes. Com isso, a investigação fica à mercê da boa vontade e caridade de algumas pessoas que têm pena das famílias dos desaparecidos", diz Elvira Scaquetti, mãe de Sulamita Scaquetti Pinto, 32 anos, desaparecida em 16 setembro de 2010, em São Paulo.

Sulamita desapareceu após deixar de tomar seus remédios para a depressão a pedido de um pastor. A jovem, que tinha compulsão por comer, não foi mais vista depois de iniciar um jejum de sete dias, sugerido pelo religioso. De acordo com sua mãe, as buscas estão sendo feitas pela própria família, quase sem ajuda de órgãos oficiais.

"Você tem a notícia de que viram a sua filha em um terminal de ônibus. A gente corre para lá. Mas a polícia de lá não sabe de nada. Você fala para a polícia e eles pegam um cartaz dela e põem no carro. Isso na era da informática, do grande avanço tecnológico. Isso é desumano", desabafa.

Na opinião do presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo (SP) e vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves, os sistemas atuais de busca de desaparecidos são insuficientes.

"O Brasil precisa ter imediatamente um cadastro unificado de desaparecidos.Temos uma rede nacional de busca e de localização de crianças e adolescentes desaparecidos, um site, mantido pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, mas precisamos ir além", defendeu.

Abrir WhatsApp