25/04/2014 - 10:13

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Mãe de dançarino morto vai levar caso à Anistia Internacional

Diário Comércio, Indústria e Serviços

A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, assassinado na última terça-feira, dia 22, na favela Pavão-Pavãozinho, afirmou que vai recorrer à ONG Anistia Internacional para "levantar a bandeira dos direitos humanos no Brasil e pedir justiça por meu filho". A afirmação foi feita durante o velório do rapaz, na manhã de ontem.
 
Maria de Fátima da Silva foi procurada por representantes da ONG e viajará para a França nas próximas semanas. Ela será acompanhada por membros da OAB e pretende levar também o bombeiro civil Paulo Henrique dos Santos, o Hulk, que afirmou que DG foi ameaçado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho dias antes de morrer.
 
"Já estamos levantando a documentação para que o Hulk possa ir junto e dar seu depoimento", disse ela.
Segundo a mãe do dançarino, outra testemunha, que teria visto o assassinato de DG, deve se apresentar à polícia hoje para prestar depoimento.
 
"Trata-se de um homem que não mora na comunidade, mas que estava lá no dia do ocorrido, achou estranho policiais de luva próximos à creche, se aproximou e viu cenas que poderão comprovar a autoria do assassinato", disse Maria de Fátima.
 
No velório de DG, um grupo de manifestantes gritava palavras de ordem, como 'Fora UPP' e 'Fora Globo'.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que o laudo cadavérico de Douglas mostra que ele tinha "perfuração de arma de fogo" e que esse tiro teria causado sua morte. "A perfuração por arma de fogo foi fatal", disse em entrevista coletiva. O secretário também disse que não descarta a participação de policiais militares da UPP na morte do dançarino. Os dez policiais envolvidos na ocorrência, porém, não foram afastados de suas funções.
 
Barricadas
 
"Não quero antecipar proteção aos policiais, mas não quero condená-los preliminarmente. Preciso de um indício, mínimo que seja, para afastá-los. No momento são várias teses, muita especulação. Não quero tomar nenhuma atitude antecipada", disse o secretário.
 
Após a localização do corpo do jovem, moradores da região fizeram um protesto na noite de terça. Eles fizeram barricadas com pedras e paus e atearam fogo em objetos e em um carro. Houve confronto com a polícia, e um outro rapaz também foi baleado e morreu.
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