24/10/2009 - 16:06

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Lula rebate Mendes e volta a disparar contra TCU

Lula rebate Mendes e volta a disparar contra TCU

 

 

Do Jornal do Brasil

 

24/10/2009 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom das críticas ao Tribunal de Contas da União, ontem, durante a posse do novo advogado-geral da União, Luis Inácio Adams. Lula voltou a disparar contra a paralisação de obras do governo e defendeu mudanças nos órgãos de fiscalização, sinalizando até mesmo que estuda estabelecer algum tipo de punição para quem paralisar empreendimentos sem justificativas. O presidente também aproveitou a cerimônia para rebater as críticas sobre suas viagens feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes - presente na plateia do evento.

 

Lula sugeriu a criação de um órgão para discutir as paralisações de obras e disse que prepara um relatório detalhando os "absurdos" dos órgãos de fiscalização.

 

"Eu estou preparando um relatório para que vocês tenham noção do que nós estamos fazendo. As coisas mais absurdas, obras paralisadas durante dez meses, um ano e depois são autorizadas sem que as pessoas que as paralisaram tenham qualquer indício de punição. Quem faz está subordinado a todas as leis e quem dá ordem para parar nãoestá à nenhuma", criticou Lula. O presidente reclamou que as paralisações estariam atrasando o país e citou o caso de uma obra paralisada nove meses "por causa de uma pedra". "Precisamos criar instrumentos, talvez uma Câmara de nível superior, inatacável, para decidir. Senão, o país fica atrofiado. Porque, se um remar pra frente e cinco para trás, a gente nunca vai ganhar a medalha de ouro do desenvolvimento".

 

Lula protestou, também, dos prejuízos causados pelas paralisações.

 

"Os entraves são demais. Se parte do pressuposto que todo mundo é desonesto até que se prove o contrário. As pessoas não têm dimensão de como é paralisar uma obra do país. Com que direito alguém para uma obra por nove meses? Qual é o custo para União, para o país, para o povo brasileiro? Quanto deixamos de ganhar com aquela obra paralisada? Acho que isso vai ter que mudar", acrescentou o presidente.

 

Sem se importar com a presença do presidente do STF na cerimônia, Lula também rebateu as críticas do ministro de que a sua viagem ao Vale do São Francisco, no Nordeste do país, na semana passada, ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, precisava ser analisada pela Justiça Eleitoral porque existiam indícios de campanha antecipada Se o presidente e os ministros não estiverem andando por esse país para saber o quer está acontecendo...

 

Muitas vezes eu pergunto para a Dilma como está uma obra e ela diz que nem começou revelou Lula.

 

Mendes não deixou por menos e, após a cerimônia, garantiu que também viaja "bastante" pelo país, mas sem entrar em clima de eleições.

 

"Não tenho nada contra viagem. Ele (Lula) que viaje bastante. Não há nenhum problema quanto a isso. Eu só estou dizendo quando se transforma eventual fiscalização de obra em comício ou manifestação eleitoral", observou Mendes.

 

Questionado se era o que estava acontecendo, o presidente do STF respondeu: "É".

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