18/04/2013 - 09:25 | última atualização em 18/04/2013 - 14:18

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Liminar evita demolição de parte do Júlio de Lamare

Jornal O Globo

O Ministério Público do Rio (MP) conseguiu uma liminar na Justiça impedindo a demolição do Parque Aquático Júlio de Lamare, que faz parte do complexo do Maracanã. Estava prevista para ontem a derrubada do Centro de Treinamento de Saltos Ornamentais Carlos Arthur Nuzman.
 
O MP entrou com a ação durante a madrugada, após ser informado que algumas instalações do parque aquático, como as antigas bilheterias, haviam sido demolidas na última terça-feira. No entanto, o prazo de desocupação do Júlio de Lamare, acertado entre o secretário estadual de esporte e lazer, André Lazaroni, e o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, vai até o dia 10 de maio. A CBDA ainda tem sua sede funcionando dentro do parque aquático. O governo do estado anunciou que vai recorrer da decisão judicial.
 
O Júlio de Lamare foi fechado no dia 1º de abril para as obras de modernização do Maracanã para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo
"É a segunda vez que o MP se manifesta contra a demolição do Júlio de Lamare e espero que desta vez os desembargadores mantenham a decisão. Seria uma tristeza imensa se derrubassem a plataforma. Por conta dessa briga judicial, tive de mandar dez saltadores para a China, onde eles estão treinando há um mês. Eles voltam em maio e eu não sei onde vão trabalhar", disse Coaracy.
 
O Júlio de Lamare foi fechado no dia 1º de abril para as obras de modernização do Maracanã para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. O parque aquático foi reformado para os Jogos Pan-Americanos de 2007, quando sediou as competições de polo aquático. Foi o próprio governo Sérgio Cabral quem bancou a recuperação do custou R$ 10 milhões (valores da época).
 
"Não entendo uma atitude dessas partindo do governo Sérgio Cabral, que reformo tudo antes do Pan, deixando o Júlio de Lamare em perfeitas condições. A liminar, se for mantida, é uma notícia maravilhosa. Mostra que a Justiça está contrária a essa demolição absurda", disse Coaracy.
 
Demolição antes do novo CT
 
A demolição do parque aquático e do Estádio de Atletismo Célio de Barros constam do edital de concessão do Maracanã e fazem parte do estudo-base encomendado pelo governo do estado para transformar o entorno do Maracanã e o Maracanãzinho numa área com dois edifícios garagem, para dois mil carros, cada, além de um minishopping. O consórcio vencedor da licitação terá o direito de explorar o complexo por 35 anos, comprometendo-se a investir R$ 594 milhões nas obras do entorno e nas construções de novos CT para o atletismo e a natação, além de um novo presídio no lugar da Penitenciária Evaristo de Moraes, que fica ao lado da Quinta da Boa Vista.
 
"Nem temos a garantia de que o próximo CT existirá. Jamais pediram qualquer opinião da CBDA sobre o assunto. Se construíssem um novo e só depois demolissem o Júlio de Lamare, a gente até aplaudiria. Mas derrubar sem ter onde os atletas treinarem é terrível", afirmou Coaracy.
 
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