11/12/2012 - 18:48 | última atualização em 12/12/2012 - 12:32

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Lembranças e exaltação da advocacia à época da ditadura

redação da Tribuna do Advogado

Da ocupação do estádio Caio Martins aos relatos emocionados sobre a morte de uma presa política; de opiniões sobre a Comissão Nacional da Verdade (CNV) às críticas a maneira como as acusações eram feitas. A sessão solene promovida pela CNV e pela OAB/RJ esta terça-feira, dia 11, em homenagem a advogados de presos políticos foi marcada por lembranças da atuação profissional à época da ditadura militar. O evento, realizado na sede da Seccional, se deu no mesmo dia de uma grande homenagem da OAB/RJ a Sobral Pinto.
 
Uma certeza da proteção do coletivo, somada a convicções mais profundas que inspiraram nossos comportamentos
Rosa Cardoso
integrante da CNV e advogada de presos políticos
"Existia uma imensa solidariedade entre nós, advogados. Uma certeza da proteção do coletivo, somada a convicções mais profundas que inspiraram nossos comportamentos", resumiu Rosa Cardoso, integrante da Comissão, mas que deu depoimento por ter defendido militantes, como, por exemplo, a atual presidente Dilma Rousseff.
 
Uma das declrações mais esperadas foi a de Eny Raimundo Moreira, que trabalhou por quase vinte anos com Sobral. A advogada deu detalhes por vezes chocantes sobre a forma como uma cliente foi, possivelmente, assassinada. "No velório, o corpo estava inteiramente mutilado", contou, causando comoção na plateia.
 
"Confio no trabalho da CNV e considero quase santa sua finalidade", resumiu o advogado Alcione Barreto, ressaltando direito de futuras gerações de conhecer a história do país. Já o colega Manoel Martins lembrou situação em Niterói. "Quando se deu o golpe, Niterói foi invadida pelo terror, lares foram invadidos. Foi a primeira vez em que um estádio de porte no país, o Caio Martins, foi transformado em campo de concentração", comparou.
 
Já o ex-preso político e ex-conselheiro da OAB/RJ José Carlos Tórtima criticou o fato de, na ditadura, as acusações serem julgadas unicamente pelo ponto de vista político.
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