07/08/2012 - 09:22

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Justiça bloqueia bens de milícia em Jacarepaguá

jornal O Globo

A milícia que domina a comunidade da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, sob o comando do ex-vereador Cristiano Girão, preso desde 2009, sofreu ontem dois ataques da Justiça: além de decretar nova prisão preventiva do político e de outros seis integrantes do grupo, a 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá determinou o bloqueio dos aluguéis de 22 imóveis na comunidade, que rendiam cerca de R$ 80 mil mensais à quadrilha. Os aluguéis serão depositados em juízo.
 
Vara Criminal determinou bloqueio de aluguéis de 22 imóveis na comunidade
A medida para quebrar o braço financeiro da milícia foi pedida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, com base em investigações da 32ª DP (Taquara). O juiz da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Marco José Mattos Couto, determinou ainda o bloqueio do veículo usado por um dos milicianos para fazer a cobrança dos aluguéis na Gardênia Azul e conhecido pelos moradores como "caveirão da milícia", segundo a denúncia do MP. Ainda de acordo com as investigações, os imóveis - alguns com até 15 unidades - foram erguidos com o dinheiro das atividades criminosas da quadrilha. Eles eram alugados aos moradores por meio de contratos que davam uma fachada de legalidade ao lucro da milícia.
 
Entre os seis milicianos comandados por Girão que tiveram a prisão preventiva decretada ontem, há quatro já presos e condenados no mesmo processo do ex-vereador, que recebeu pena de 14 anos de reclusão pela acusação de chefiar a milícia local. Com a nova prisão preventiva, Girão perde o direito à progressão de regime na pena. Os dois milicianos que ainda estavam em liberdade - Fábio de Souza Salustiano, o Rolamento, e Robson Dias Delgado, o Índio - foram presos ontem num cerco à favela. Na Associação de Moradores da Gardênia Azul, a polícia apreendeu mais de cem cópias de chaves dos imóveis da milícia, R$ 15 mil em notas de euro, dólar e real, e documentos. A associação não foi fechada, mas teve a presidente e a vice-presidente afastadas pela Justiça, que também proibiu, a pedido do MP, que a mulher e a irmã de Girão voltem a visitá-lo no presídio. Elas são acusadas de repassar ordens dele à quadrilha.
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